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Whatsapp paga ou não paga?

No dia 15 de junho de 2020, uma segunda-feira em meio a pandemia do covid-19, a notícia mais importante para o mundo digital que rolava nas redes sociais, era “O Whatsapp vai permitir enviar e receber dinheiro pelo aplicativo e o Brasil será o primeiro país a testar a nova função”.

Assim que foi anunciado, as marcas que estavam viabilizando essa operação era, a Cielo como intermediaria na transação dos valores de uma conta para a outra, os bancos Nubank, Sicredi e Banco do Brasil por meio dos cartões de débito com as bandeiras: Visa e Mastercard.

Antes de prosseguir no texto, vale a pena abrir um parentese aqui. Pesquisa realizada em 2019 pela Opinion box e Mobile Time demonstra que os aplicativos mais utilizados pelos brasileiros que são usuários de smartphones são: Whatsapp, Facebook, Instagram, Google, Google Chrome, Uber, Youtube e Banco do Brasil, nessa ordem de prioridade. E um relatório da Global Messaging Apps 2019 revela que no Brasil há 120 milhões de usuários ativos mensalmente no aplicativo Whatsapp, colocando assim o Brasil entre os outros países que lideram o acesso à plataforma.

Voltando as notícias, o mercado ficou bastante eufórico com a novidade, principalmente porque após um trimestre de quarentena, o comércio tinha praticamente forçado a se digitalizar e adaptar-se a essa nova realidade que agora é sinônimo de sobrevivência e não mais de tendência. Essa solução do whatsapp, veio a calhar prioritariamente para pequenos players que não dispõem de muitos recursos para realizar esse processo de digitalização da melhor forma possível e no tempo hábil que os consumidores esperam.

Traduzindo, com o comércio fechado, uma das únicas maneiras de se manter o consumo ativo é por meio da venda ‘online’ que é considerado conversão quando ocorre o checkout, o que geralmente é feito através de um e-commerce ou um site com integração a plataforma de transação financeira. Nesse caso boa parte dos pequenos players só podem contar com recursos facilitadores ou soluções reduzidas dessas plataformas.

Por mais que se falem em “tornar o instagram em uma maquina de vendas”, “como vender todo dia pelo whatsapp business” até o momento que esse artigo está sendo publicado, isso são apenas recursos para auxiliar ou facilitar a venda, mas não é a venda propriamente dita, pois, o consumidor está apenas realizando um pedido através da plataforma digital, independente do tamanho da empresa, ela vai ter que se virar para entregar e receber o pagamento do cliente onde quer que ele esteja. Por isso os grandes players ainda saem na frente por possuir uma estrutura maior de logística e sistemas para operacionalizar toda essa parte.

Porém, quando o Whatsapp fala que irá permitir transferir valores financeiros por meio da sua plataforma, isso significa que toda a logística de transação de valor que o pequeno empresário teria que montar ou bancar para que o pedido realizado pelo seu cliente nas redes sociais fosse convertido em receita para o seu negócio, se resume a apenas um clique no whatsapp, ou seja, o whatsapp pode se tornar o maior e-commerce do mundo (nesse caso “e-commerce” no sentido de gerar transação comercial envolvendo recursos financeiros), colocando marcas grande e pequenas no mesmo patamar tecnológico para transações financeiras. Isso é o que se chama de “Game Changer”, a virada de jogo.

Mas como alegria de desprovidos de recursos monetários é curta, no dia 23, terça-feira, praticamente uma semana depois. O Banco Central do Brasil informa a suspensão das bandeiras Visa e Mastercard a iniciarem a opção de pagamento pelo aplicativo do whatsapp alegando que é preciso fazer ainda avaliações para analisar eventuais riscos e se certificar do funcionamento da operação levando em conta os princípios e as regras previstas pela legislação.

Que o Brasil não é para amadores, isso todos já sabem, e o risco de fraudes ou golpes sempre existirá, mas uma coisa é certa, essa é uma pequena função para a plataforma, mas uma gigantesca funcionalidade para o mercado futuro.

E o que nos resta é aguardar a cena dos próximos capítulos. Mantenha o seu acesso no Creativosbr para acompanhar novas atualizações.

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