Processo de reposicionamento do equipamento cultural inclui mudança da identidade visual, alinhada às novas diretrizes institucionais.
Principal responsável pela preservação da história do café e um dos pontos turísticos mais visitados no estado, o Museu do Café (MC) – instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo – vive internamente desde 2021 um processo de reposicionamento institucional. Agora, a instituição apresenta ao público a sua nova identidade visual, resultado de um trabalho de rebranding desenvolvido em conjunto com o Istituto Superiore per le Industrie Artistiche Roma (ISIA Roma Design).
“A partir de pesquisas e diagnósticos já realizados em diferentes momentos e com as novas discussões em relação ao papel dos museus na atualidade, percebemos a necessidade de ressignificar o Museu do Café. O propósito dessa mudança é estabelecer uma conexão emocional e de afetividade com diversos públicos, desconstruindo a imagem intimidante e elitista.”, explica Alessandra Almeida, diretora-executiva do museu.
Com o reposicionamento, o equipamento cultural pretende destacar o lado humano e social do café, extrapolando a bebida para abordar assuntos mais sensíveis e invisibilizados, como questões relacionadas a gênero, raça e imigração. Os novos atributos adotados pelo MC nessa fase – vivo, participativo, internacional, socialmente responsável e afetivo – serviram de base para a atualização da identidade visual do museu, que utilizava a mesma logomarca desde a fundação em 1998.
Criação da nova identidade em conjunto com instituto italiano
Como parte da jornada de ressignificação institucional, o Museu do Café buscava também uma identidade visual capaz de comunicar sua posição como equipamento cultural mais aberto, moderno e dinâmico. Nesse sentido, foi fundamental a parceria firmada entre o Instituto de Preservação e Difusão da História do Café e da Imigração (INCI), organização social de cultura que gerencia o Museu em Santos e o ISIA Roma Design, instituição italiana pública de ensino superior. A união das duas entidades para essa iniciativa fortalece os laços históricos e culturais entre Brasil e Itália ao redor da temática cafeeira, estabelecidos séculos atrás.
Coordenado por docentes da universidade, que vieram ao Brasil para conhecer pessoalmente o Museu do Café, o projeto teve como protagonistas os alunos do Mestrado em Design Sistêmico para Comunicação. Os estudantes estiveram envolvidos na pesquisa, desenvolvimento e finalização da diretriz estética para elaboração de novos materiais gráficos, incluindo manual de marca, logotipo, ícones, padronização de conteúdos, sinalizações e produtos do Museu do Café.
O estudo da nova marca da instituição, com três propostas distintas, foi apresentado em outubro do último ano na Embaixada do Brasil em Roma. Em dezembro, uma comissão julgadora com a presença da Secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Marília Marton, definiu o projeto final.
Inspirado em movimentos orgânicos e circulares que fazem parte da cadeia de produção e consumo do café, o novo logotipo também foi influenciado por traços e elementos circulares do prédio que abriga o Museu, como o Salão do Pregão, a cúpula, o relógio da torre e as colunas greco-romanas.
“A forma perfeita e circular da xícara vista de cima vai ao encontro do sinal dinâmico da gota. O resultado é uma letra C suave e envolvente, como aquela nuvem perfumada de um bom café quente. Os rostos dos produtores e consumidores, os elementos naturais, os rituais nas diversas partes do planeta, as cores do mundo do café… Cada detalhe é integrado ao sistema visual e contribui para enriquecer a imagem do Museu”, explica Massimiliano Datii, professor da ISIA.
A nova identidade pode ser conferida pelo público no site do Museu do Café, totalmente reformulado, nas redes sociais no vídeo da campanha institucional.
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