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A força da mídia exterior na terra do E.T.

O feriado prolongado chegou e decidi trocar o litoral paulista por uma viagem ao Sul de Minas Gerais. Estou falando de Varginha, mais especificamente.
Para quem não conhece, Varginha, que ficou conhecida nacionalmente como a terra do E.T, é uma cidade tipicamente produtora de café. Possui um pouco mais de 110.000 habitantes, sendo considerada a terceira maior cidade do Sul de Minas, ficando atrás somente de Pouso Alegre e Poços de Caldas.
Nos últimos anos, Varginha se tornou um dos maiores centros estudantis de Minas Gerais. Atualmente, possui 6 Universidades, sendo quatro privadas e duas públicas.
Quanto ao caso do E.T., a cidade resolveu trabalhar essa história em benefício próprio, abrindo então, as portas para o turismo. São inúmeras praças, pontos de ônibus, naves e E.Ts. que fazem referências aos E.Ts por toda a cidade. Lojas de souvenirs comercializam chaveiros, porta retratos e miniaturas dos nossos amiguinhos verdes. Não deixa de ser uma oportunidade de levar ao município, turistas de todo o Brasil. E tem levado.
Ainda na estrada, iniciei uma análise sobre as peças publicitárias que na maioria das vezes, se concentravam em outdoors. Isso quando a estrada deixava, porque as curvas da Fernão Dias, continuam perigosas.
Como pude ver pouca coisa na estrada, continuei a analise quanto à publicidade em Varginha, para depois fazer uma comparação quanto ao tipo de publicidade que vemos aqui, em São Paulo e o que vi por lá.
Analisava todo tipo de publicidade que eu encontrava nos mais variados meios de comunicação. Assisti bastante TV, ouvi emissoras de rádios e prestei atenção em tudo nas ruas da cidade.
A princípio, a idéia era detectar os meios mais utilizados e tentar identificar os maiores anunciantes daquela região. Porém, minha análise foi tomando outros rumos. A primeira coisa que pude notar, foi a diferença entre os textos publicitários. Sim, estou falando da redação dos anúncios de tv, rádio e outdoor.
Textos bem informais e expressões bem interioranas. E o sotaque? Não posso deixar de registrar que foi diferente para mim, ouvir spots de rádio com aquele sotaque de mineiro. Sei que isso é coisa de paulista, que acha que todo brasileiro que não nasceu em Sao Paulo tem sotaque e apenas ele não tem. Mas ouvir um spot com sotaque foi demais. Não deixa de ser diferente, UAI!!!
Pouca publicidade regional em TV Aberta. Os anúncios que pude acompanhar em tv aberta, são por conta de veiculações NET, ou seja, nacional. Uma ou outra loja de móveis localizada na própria cidade ou em municípios vizinhos, anunciava em tv aberta.
Achei que encontraria bastante carro de som nas ruas, meio de divulgação característico em cidades do interior. Eu estava equivocado. Não vi nenhum por lá. Depois perguntei para um primo sobre os carros de som e ele disse que muito raramente aparece um por lá. Segundo ele, as centenas de subidas e descidas da cidade, impossibilitam o carro de som andar sempre na mesma velocidade. Como eu não pensei nisso antes?
Porém, o mais importante de toda essa minha análise sobre a publicidade em Varginha, foi perceber a força da mídia exterior. Se tivesse um Kassab por lá, agências e anunciantes estariam ferrados. A cidade é replata de outdoor e front light nas ruas e avenidas.
Que o prefeito paulistano não leia isso, mas tenho que admitir que chega a ser bem exagerado o que vi por lá. Os anúncios não criam diferenciação veiculando peças daquele jeito. Não sei o valor da bi-semana por lá, mas peguei os nomes de duas empresas que comercializam em outdoor e vou procurar saber.
Enquanto escrevo aqui, me recordo de um outdoor, de um petshop, em que as orelhas de um gato eram formadas por conta de um aplique na parte superior do outdoor. Meu Deus!!! Parecia um outdoor de chifres. E o gato? Pegaram o gato mais triste que eu já vi na minha vida.
Ainda tratando da mídia exterior notei que festas de faculdades e eventos como shows que serão realizados nos próximos didas na cidade, tem sua divulgação realizada através de adesivos no vidro traseiro dos carros.
Impressionante a força desse tipo de publicidade. Penso eu, que os próprios organizadores das festas regadas à cerveja, distribuem os adesivos aos proprietários dos carros, na maioria das vezes, estudantes, e em troca, oferecem um desconto na entrada do evento. Bela e justa permuta!!!
Os carros então, cruzam a cidade com aqueles adesivos, levando as informações sobre a festa, a cervejada, o rodeio ou o show do Jammil, que vi em dezenas de carros. Publicidade boa, com vantagens de audiência secundária, portabilidade e imediatismo. E o melhor: a custo baixíssimo.
Nunca vi esse tipo de publicidade por aqui e até acho que entendo o motivo. Ao meu ver, esse tipo de mídia, (adesivos em carros), em uma cidade grande como São Paulo, não conseguiria atingir os objetivos de cobertura e frequencia, que são na verdade, as características básicas desse meio de comunicação em cidades pequenas.
Terminei o meu “estudo”, verificando o número de agências de publicidade e estudantes da mesma área, naquela região.
De volta à São Paulo, começo a repensar algumas coisas. Quem disse que só TV aberta é que faz a publicidade nesse país? Sim, são quase 59% de todo o investimento publicitário, é verdade, mas tem muito mais coisa por aí para ser trabalhada. Quanto será que a Tv Aberta representa do investimento em Minas Gerais? Vou procurar saber.
Gostei dessa análise que pude fazer com essa viagem. Aliás, sempre disse que o profissional de publicidade, não pode ficar com a bunda sentada na cadeira o tempo todo. Tem que ir pra rua.
Boa semana a todos.
 
 

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