Tenho lido constante sobre a importância do trabalho colaborativo para o futuro das organizações. No entanto, percebo que a plena compreensão da dimensão dessa afirmação ainda não é disseminada. Pode-se afirmar que o trabalho colaborativo é uma das soft skills mais destacadas e, portanto, uma das mais buscadas na seleção de novos profissionais. No entanto, observo que as empresas ainda não estão totalmente preparadas para orientar seus profissionais a adotarem essa abordagem.

Não há dúvida de que o trabalho colaborativo é uma ferramenta poderosa para resolver problemas, fomentar a inovação e gerar novas ideias. Ele se baseia na soma de experiências e potencializa a humanização, contribuindo para ambientes corporativos mais saudáveis. Minha experiência como professor universitário me levou a perceber que frequentemente construímos o trabalho em grupo de maneira equivocada. Convido você a refletir sobre seu grupo de trabalho na faculdade. Qual foi o elemento que os uniu? Arrisco dizer que, na maioria das vezes, foi apenas a proximidade na sala de aula o principal motivo.

Acredito que nos primeiros meses da faculdade deveríamos desafiar os conceitos estabelecidos pelo ensino médio. Um dos primeiros desafios seria criar atividades em grupo que misturassem os alunos ao máximo, proporcionando oportunidades de colaboração com o maior número possível de colegas.

Uma grande barreira para o trabalho colaborativo é a comunicação efetiva. Construir confiança no grupo é crucial para incentivar o compartilhamento de informações, ideias e feedback. As pessoas precisam sentir que suas contribuições são valorizadas, do contrário, persistirão com modelos mentais prévios.

Ao relembrar o passado, é provável que a maioria não tenha apreciado os trabalhos em grupo na escola, pois não fomos treinados para isso. Fomos apenas orientados a trabalhar dessa forma, sem perceber que estávamos reunidos para produzir um trabalho de forma divertida, mas ineficaz.

É crucial desmistificar o conceito de trabalho colaborativo como simples divisão de tarefas. Embora seja possível trabalhar assim, não há desenvolvimento real de novas ideias, co-criação, sem responsabilidade compartilhada. Devemos buscar integrar diferentes gerações no trabalho, entendendo que isso requer métodos e um processo bem definido.

Estabelecer reciprocidade é fundamental para líderes, mas também é crucial valorizar a atuação de todos. Ouvir atentamente e compreender pontos de vista divergentes são partes essenciais do processo eficiente.

Uma boa estratégia é designar diferentes líderes para cada projeto, treinando assim as pessoas para coordenarem o trabalho colaborativo. Promover a inclusão, pertencimento e troca de experiências fortalece as equipes.

No início, pode haver dúvidas sobre os benefícios reais do processo, mas ele proporciona conhecimento, reputação, experiência, influência e benefícios financeiros. É fundamental motivar as pessoas.

Finalmente, é importante celebrar conquistas e valorizar o esforço das pessoas envolvidas no processo. Seja gentil e destaque aqueles que contribuem para soluções, inovações e boas ideias.

O trabalho colaborativo amplia o tempo de solução de problemas e promove o desenvolvimento das pessoas da equipe, sendo seu grande resultado a percepção de pertencimento e, consequentemente, um fortalecimento na equipe.

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