Networking. Essa é a palavra-chave que sempre norteou qualquer propósito de um evento profissional, seja na área de comunicação ou em outra qualquer. A verdade é que criar uma rede de contatos, ser visto por quem precisa te ver e estar próximo de pessoas importantes para sua carreira e para o mercado como um todo sempre foram balizadores do sucesso profissional. Errado não tá! Ou pelo menos nunca esteve.
Entretanto, se tem uma coisa que nunca mudou, mas que com a geração Z se fortaleceu, é a sede por brindes e interesse por ativações interativas. Entrar numa fila qualquer, ainda que não se saiba o prêmio ou a mecânica do “game”, se tornou algo prazeroso em uma autocompetição de quem leva mais itens personalizados pra casa, daqueles que terminam empoeirados no armário, sabe?
Não, não estou dizendo que as gerações anteriores não gostavam de brindes, mas eles não permeavam o evento tirando atenção, inclusive, de palestrantes de renome e de conteúdos importantes à disposição dos participantes.
Isso tudo pode ser culpa das mídias sociais?! Pode! Até porque as pessoas têm o desejo de postar o que ganharam ou de tirar fotos em um ambiente instagramável para mostrar que estiveram ali. Bacana, nada de errado nisso. De novo, nossa geração – dada as devidas possibilidades – também desfrutava das ativações em prol de diversão e status, mas era diferente, dávamos uma atenção e carinho maior ao networking. Éramos os primeiros a chegar numa sala de palestra para garantir os lugares à frente para ver um grande nome do mercado. Fazíamos fila para pegar um autógrafo, tirar foto ou bater um papo com um ícone da nossa profissão.
É verdade que muitas vezes voltávamos com poucas sacolas de brindes, mas íamos pra casa com uma mochila de histórias pra contar e com boas referências para se basear. Referências, aliás, que são a base para qualquer profissional que se preze se nortear na hora de criar qualquer coisa, de ter uma ideia, de montar uma estratégia, de planejar uma campanha.
O networking sempre foi importante, mas hoje ele vive em estandes vazios e se perde em meio a multidões como personagens desconhecidos. Ah, como eu queria ser visto por grandes profissionais e agências na minha época de estudante… como eu queria ter tido oportunidades em grandes agências as quais hoje praticamente imploram pela atenção de jovens que não podem se comprometer a preencher suas vagas, talvez porque estejam aguardando em uma outra fila; aquela, do brinde que eles não sabem qual é, para que serve e que, infelizmente, encostarão em seus armários – até que empoeirem – ao chegarem em casa.
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