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Fonte: envato

Tarifaço Trump: como medida afeta o mercado publicitário americano

Na última semana, uma das principais notícias do mercado global foi a taxação dos Estados Unidos sobre produtos importados, principalmente da China. De acordo com a Exame, após a posse de Trump a bolsa de valores perdeu mais de US$ 9,5 trilhões, e a guerra comercial que se inicia entre as potências pode agravar ainda mais este encolhimento econômico.

Apesar de parecer uma “luta de gigantes” e exclusiva do mercado financeiro, as medidas estadunidenses têm grande impacto na publicidade local e mundial, e na forma como as marcas se portarão caso o cenário macroeconômico continue se intensificando de tal maneira.

De acordo com Gilberto Braga, professor do Ibmec, “no curto prazo, o brasileiro não deve sentir um aumento de preços por causa dessa medida, porque ela não recai nas importações que chegam ao nosso país”, e complementa dizendo que há mais chances de países terem interesse em importar mais produtos brasileiros – o que pode diminuir os índices inflacionários atuais do Brasil.

Ainda assim, quando acontecem mudanças tarifárias entre países há grande variação no preço final de produtos, principalmente aqueles que possuem insumos importados. Com isto, a confiança do consumidor estadunidense pode cair na hora de consumir e a publicidade sair do patamar de luxo e voltar para a proposta de valor.

Confira abaixo 3 cenários mercadológicos possíveis de serem vistos nas próximas semanas de acordo com as principais literaturas do mercado do marketing atual.

Produtos mais caros, menos vendas e cortes em verba de mídia

As principais indústrias afetadas pelas medidas do Tarifaço de Trump são a indústria automotiva, de tecnologia e de vestuário, uma vez que grande parte de insumos ou produtos finais são importados da China e de outros países asiáticos. Seguindo a tendência de Kotler, marcas deste setor possivelmente tirarão o foco do luxo e do desejo absoluto por seus produtos, focando em usabilidade, benefícios e necessidade real pelos itens.

Com o aumento do preço destes produtos e menos vendas por consequência deste aumento, as marcas tendem a diminuir seus investimentos em mídia e deixar em stand-by iniciativas de topo e meio de funil, focando na conversão de forma mais incisiva.

Consumidores mudam comportamento gastando com o que é essencial

Uma vez que os produtos encarecem, as pessoas deixam de buscar por experiências imersivas, luxo e variedade de produtos. A primeira e segunda bases da pirâmide de Maslow entram em evidência, com consumidores voltados à segurança de ter comida à mesa, vestimentas e saúde como uma prioridade.

Marketing local se intensifica

Quando ocorrem ações protecionistas de mercados internos, é natural que as empresas nativas do país ganhem destaque. Desta forma, discursos como “feito nos EUA”, “apoie marcas locais” e “valorize seu país” ganham força pois as marcas americanas ganham território quando o consumidor pensar em preço mais baixo.

Algo similar ocorreu em campanhas brasileiras durante o Governo de Getúlio Vargas, onde também foram implementadas políticas protecionistas, e a cultura – e produtos – nativos ganharam destaque.

Um grande exemplo foi a campanha do Café Palheta, chamada “O gostinho do Brasil”. Nela, peças e jingles reforçavam a originalidade do produto brasileiro como símbolo da identidade nacional.

Claro que todos estes cenários não são imediatistas, levam tempo para acontecer. Ainda assim, vale a pena ficar de olho nas mudanças graduais e entender as mudanças de branding de gigantes do mercado global.

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