Quando me deparo com alguma matéria que faz sentido para alguém, bingo, envio, informações devem ser divididas. E aí, vem um dos motivos deste texto: os artigos geralmente têm o tempo de leitura indicados: 3 minutos, 5 minutos etc. A pessoa que recebe meu compartilhamento devolve em 15 segundos com: “É isso mesmo, faz sentido, excelente ponto de vista.” Ora pois, claro que não deu tempo do fofo ler! Se a resposta fosse um prosaico “Ok, obrigado,” vá lá, mas geralmente não é.
Nunca na história da humanidade usamos tantas palavras em tantos lugares com tanta velocidade. Enfim, compartilhamos a maioria das histórias e dos artigos, sem nos dar ao trabalho de lê-las. Estamos esgotados, nossas mentes não suportam tanta informação. Estamos dispersos, mais impacientes, mais saturados, rolamos, desligamos, clicamos e compartilhamos a maioria das histórias sem nos dar a possibilidade de entender.
Estudos de rastreamento ocular mostram que gastamos 26 segundos, em média, na leitura de um conteúdo. Compreender é outra coisa. Em média, permanecemos menos de 15 segundos na maioria dos sites que acessamos. Mais uma estatística bizarra: nosso cérebro leva 17 milissegundos para decidir se gostamos ou não de algo que acabamos de clicar. Se não gostamos, adeus, fechamos. Olhamos nosso celular 344 vezes por dia, uma vez a cada quatro minutos pelo menos. Passamos os olhos em quase tudo que aparece em nossas telas, mas não lemos de verdade quase nada.
A velocidade da informação e a necessidade de estarmos sempre atualizados têm um impacto profundo na nossa capacidade de focar e realizar tarefas com qualidade. A constante interrupção das notificações, mensagens e novas informações cria um ambiente onde a atenção plena é rara.
Exemplos e Reflexões
Multitarefa como um Mito: o cérebro humano não realiza múltiplas tarefas ao mesmo tempo com eficácia. Alternamos rapidamente entre tarefas, reduzindo a qualidade e aumentando a chance de erros.
Burnout Digital: a exposição constante a informações e a necessidade de estar sempre online levam ao burnout digital, onde nos sentimos pressionados a responder e estar presentes em todos os canais ao mesmo tempo.
Efeitos na Criatividade: a criatividade requer tempo de reflexão e descanso. A sobrecarga de informações prejudica nossa capacidade de pensar de forma profunda e inovadora.
Experiência Pessoal: situações em que tentamos trabalhar em projetos importantes, mas somos interrompidos várias vezes por notificações, afetam nossa produtividade.
Desrespeito ao Horário: chefes que interrompem a qualquer momento e remarcam compromissos conforme sua conveniência desorganizam o fluxo de trabalho e aumentam o nível de estresse e frustração dos envolvidos.
Na era da abundância de informações, nossa atenção se torna cada vez mais escassa. A busca incessante por atualizações nos transforma em prisioneiros das telas. Para viver de forma plena, é essencial equilibrar estar informado com a qualidade de nossas atividades diárias. Desacelerar e valorizar a profundidade pode ser a chave para uma vida mais significativa.
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Uma resposta
Fantásticas as observações em um texto primoroso .