Até o mais ingênuo profissional de publicidade, sabia que o primeiro painel do Maximídia 2012 iria entrar para a história.
E foi exatamente assim que teve início a 22. edição do Maximídia, evento realizado pelo Grupo Meio e Mensagem, no Hotel Sheraton, em São Paulo.
Sob o tema: "Painel CEO – Termômetro", grandes nomes do mercado discutiram o que esperar do futuro em nossa profissão.
Nizan Guanaes (Grupo ABC), Roberto Justus (Newcomm), Paulo Giovanni (Leo Burnett Tailor Made), Sérgio Amado (Ogilvy) e Salles Neto (moderador – Grupo Meio e Mensagem) fizeram um debate acalorado sobre o assunto. Até demais, eu diria! rs. Isso, muito mais por conta dos dois primeiros debatedores citados, Nizan e Justus, que não perderam a oportunidade de se confrontarem.
As principais lideranças do mercado ali presentes trataram de vários assuntos, mas os principais certamente foram: a relação dos anunciantes com suas agências de publicidade e também a tal da "concorrência predatória".
Para os profissionais ali presentes que assistiam aquele debate, o evento já poderia acabar ali. Nizan e Justus protagonizaram um verdadeiro debate profissional, com inúmeras alfinetadas, ironias e até verdades, sempre regadas à muito bom humor.
Sérgio Amado, Presidente da Ogilvy & Mather Brasil chegou a sugerir que os demais debatedores saissem e deixassem o palco apenas para os dois.
Coisas de Nizan e Justus. Quem os conhece, sabe do que estou falando!
O segundo painel do dia, levou ao palco do evento, grandes profissionais de mídia para discurtirem "The Relationship Era", ou a Era da Colaboração, que chegou, se instalou e promete ficar por um bom tempo.
Foi-se o tempo do marketing da imposição. O assunto foi amplamente debatido por Gustavo Diament (Nextel), Hugo Rodrigues (Publicis Brasil), Ken Fujioka (Loducca) e Luiz Fernando Vieira (África), sob moderação de Alê Zaghi Lemos, do Grupo Meio e Mensagem.
Trataram da mais enriquecedora e vantajosa oportunidade que as marcas passaram a ter de se fazer um diálogo com seus consumidores.
Hugo Rodrigues citou o caso da Pepsi, que em sua última campanha, resolveu aceitar que trata-se do segundo player no Brasil e fazer disso, sua campanha, seu mote, mas com bom humor e genialidade. (Campanha "Pode Ser").
O terceiro painel da Globo, tratava-se de uma disussão levada pela Rede Globo ao Maximídia.
Sob o tema: "Novela Brasileira: um case sem precedentes na indústria do entretenimento pessoal", Anco Saraiva (Diretor de Marketing da Rede Globo), Luiz Henrique Rios (Diretor de Novelas), Marisa Orth (Atriz), Osmar Prado (Ator), Walcyr Carrasco (Autor) e Christiane Pelajo discutiram sob um produto que embora tenha mais de 60 anos, conseguiu se renovar ao longo do tempo, mantendo-se atualizado e chegar nos dias de hoje com tamanha força: a novela.
Até os publicitários mais conhecedores do assunto, ficaram impressionados com alguns dados das telenovelas brasileiras, mostrados por Anco Saraiva. Fez comparações das audiências com eventos como o Super Bowl, entre outros. "No Brasil, temos SuperBowl de Segunda à Sexta", disse ele.
Outra frase de Anco que chamou bastante atenção foi quando disse que assisitir novela chega a ser em alguns casos o terceiro maior hábito do brasileiro. Segundo Anco, dormir e comer estão a frente somente.
Osmar Prado falou da sua profissão e como a observação do público comum serve para a composição de seus personagens. Citou um caso pessoal em que, certa vez, comprou um sítio em Goiás e ao notar o sotaque da mulher que lhe vendia a propriedade, usou o mesmo estilo na composição de um de seus maiores personagens na TV brasileira.
Marisa Orth deu continuidade ao assunto falando da força de se fazer uma novela às 21 horas. Disse que no tempo em que fazia o "Sai de Baixo', ela evitava sair nas ruas na Segunda-Feira seguinte ao programa de tanta gente que queria um autógrafo ou uma foto.
Com muito bom humor, reclamou apenas que enquanto fazia o papelo de Magda, não conseguiu um contrato publicitário sequer: "Faltou criatividade dos anunciantes para saberem trabalhar a Magda, do Sai de Baixo. Fica aqui minha queixa", brincou Marisa, arrancando risos da plateia presente.
Walcyr Carrasco e Luiz Henrique Rios falaram do dia a dia nos bastidores e como colocar um conteúdo de qualidade no ar. "Gabriela', que está no ar foi o assunto mais debatido por todos daquele painel.
Foi desta forma, que se encerrou a primeira manhã do Maximídia 2012.
Logo após o almoço, às 14h30, a discussão foi mais leve do que havia sido até então.
Tratando de "Storytelling", Roberto Carlos, ex-detento da Febém, contou sua história de vida, emocionando parte dos ali presentes.
Ao seu lado, João Ciaco (Fiat), Gil Giardeli (ESPM), Michel Lent (Ponto.Mobi), Mônica Carvalho (DM9DDB) e João Daniel Tikhomiroff (Mixer) debateram que as histórias, hoje em dia não tem apenas a função de entreter, mas também servem como um poderoso instrumento de persuasão.
Segundo os debatedores, a popularidade das mídias sociais só aumentou a importância de se ter boas histórias pra contar e que somente desta forma é que se consegue, nos dias atuais, a atrair e cativar o público consumidor.
No debate seguinte, o jornalista Roberto Cabrini entrevistou a autora de novelas, Iris Abravanel.
Sob o tema: "O controle remoto nas mãos das crianças", a autora e esposa de Silvio Santos, falou do sucesso da versão brasileira de Carrossel, que está no ar na emissora.
Para encerrar o primeiro dia de painéis do Maximídia, os ali presentes acompanharam o painel: "O Apocalipse off-line não aconteceu. Digital e Analógico se fundiram num mundo único. E agora"?
Representantes de veículos e anunciantes debateram sobre o assunto, que com esse novo formato, parece ter criado um novo universo de possibilidades a serem exploradas.
Abaixo, veja um vídeo do Meio e Mensagem que fala um pouco da discussão inicial do Maximídia: