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Precisamos dar nome aos leões

A inspiração para este texto surge de dois incríveis publicitários, dos quais ainda não tive o prazer
de conhecer pessoalmente. Um deles é Clovis La Pastina, Chief Creative Officer da Flush
Comunicação. Após a morte de um famoso colega de profissão, Clovis tocou-me profundamente
com seu texto, no qual abordava a Época Romântica da Propaganda e destacava publicitários que
tornaram nossa profissão famosa, revelando ao mundo o talento das nossas criações. Fiquei
sensibilizado pela falta de registros históricos sobre esses ícones.

Recentemente, Flávio Waiteman, Chief Creative Officer da Tech and Soul, também me instigou
com um texto seguindo a mesma linha de Clovis. Nele, provocava a Academia a criar uma
disciplina chamada “História da Publicidade”. Flávio colaborou significativamente, citando
diversos nomes. Ele está certo; não prestamos homenagens adequadas aos nossos ídolos, e essa
lacuna não se restringe à Academia, estendendo-se às principais publicações do setor. Possuímos
escassa memória de nossos grandes nomes e principalmente de seus trabalhos.

Lembro-me com privilégio de participar de eventos do Propmark quando era jovem. Eles possuíam
um formato incrível e acessível, trazendo renomados publicitários para eventos profissionais e
oferecendo uma versão acessível para estudantes em outro horário. Agradeço ao querido Armando
Ferrentini, Publisher do Propmark, e sua equipe por essa iniciativa. Essas experiências
enriqueceram minha bagagem profissional.

Foi em um desses eventos que ouvi Washington Olivetto pela primeira vez. Ao final de sua
apresentação, exibiu seu portfólio de filmes. Nesse momento, percebi algo incrível: minha decisão
de seguir a carreira de publicitário foi fortemente influenciada por alguns dos trabalhos
apresentados por Olivetto que tinha visto na televisão.

Ao ingressar na faculdade, no primeiro ano, eu não conhecia os nomes dos profissionais, apesar
de estar tão próximo de seus trabalhos. Essa distância persistia. Meu irmão, já aluno na FGV,
afirmou que, no futuro, eu trabalharia na DPZ. Na época, eu não entendi absolutamente nada, pois
não conhecia a DPZ, mas ele, que já havia assistido a apresentações dessa agência, conhecia.
Minha perspectiva mudou quando um profissional do mercado, também em meu primeiro ano, me
apresentou ao jornal impresso, o Propaganda & Marketing, atual PropMark, sugerindo que o lesse
semanalmente. Segui o conselho à risca.

Embora haja disciplinas sobre a história da propaganda nas faculdades, carecemos de uma base
de dados para explorar a trajetória dos profissionais. Faltam biografias e seus filmes e peças
impressas, e, quando encontramos estes últimos, muitas vezes eles não têm ficha técnica.

Se você é um estudante de comunicação ou um jovem publicitário, há diversas opções, como
CreativosBr, onde você me lê semanalmente. Seguem algumas boas opções, como PropMark,
Meio & Mensagem, Grandes Nomes da Propaganda, Adnews, Clube de Criação, e o B9.

No início, pode parecer complicado; você não vai entender tudo de imediato, mas consuma
conteúdo continuamente. Assista aos novos filmes, às novas campanhas e aprenda a ler os
créditos. Procure descobrir quem são os criativos envolvidos, os talentos por trás das peças que
você aprecia. Atualmente, com o LinkedIn, podemos nos aproximar de qualquer profissional.
Sugiro que tente entrar em contato e iniciar uma conversa. É assim que expandimos nossa rede e
aumentamos nosso conhecimento.

Portanto, se posso dar um conselho, leia mais…

Eu sei que você não gosta muito disto, mas nem tudo pode ser um vídeo de 3 minutos no TikTok ou
um podcast. Se eu pudesse transportá-lo para a sala em que descobri que Olivetto era o mentor
que me inspirou a ser publicitário, você entenderia a saudade de Flavio e Clovis. Esses grandes da
propaganda brasileira realizaram um trabalho extraordinário. Se temos um mercado tão forte, é
porque eles chegaram antes de nós, criaram peças incríveis e conquistaram as maiores
premiações do mundo.

Falamos aqui de Washington Olivetto, a quem chamo carinhosamente de “presidente”. Se puder,
vá até a biblioteca de sua faculdade e busque por pelo menos três livros: “Na toca dos Leões”
sobre a W/Brasil de Fernando Morais, “A propaganda brasileira depois de Washington Olivetto” de
João Renha e “Os piores textos de Washington Olivetto” do próprio Olivetto.

Após essa leitura, talvez fique curioso para saber mais sobre Washington. Recomendo um
comercial de 1975, que rendeu ao Brasil o primeiro Leão de Ouro em Cannes. O texto deste
comercial, “Homem com mais de 40 anos”, é de Olivetto:

Ficha técnica
(Infelizmente, localizei apenas alguns dados)

Cliente: Conselho Nacional de Propaganda
Agência: DPZ
Criação: Washington Olivetto e Francesc Petit
Produtora: ABA Filmes
Direção: Andrés Bukowinski

Grande parte de sua formação profissional, arrisco dizer que talvez a maior dela, é de sua total
responsabilidade. Depende de sua capacidade de conectar os pontos, buscar informações e,
principalmente, expandir seu networking. Não espere, corra atrás…
Sucesso em sua carreira

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