Como muitos de vocês sabem, sou profissional de mídia e não de criação.
Porém, as áreas da publicidade estão de tornando numa coisa só e vai "rodar" quem não entender isso no tempo devido.
Desta forma, tenho procurado entender um pouco de cada área, conversando com planners, criativos, produtores, etc.
E em todas essas conversas, percebo o mesmo discurso dos profissionais: ESTAMOS A PROCURA DE ALGO DIFERENTE, INOVADOR, QUE SEJA "FORA DA CAIXA"!
A mídia hoje, tem de ser tão criativa quanto à criação e essa, por sua vez, deve também pensar estrategicamente quando coloca as idéias no papel.
E pensando nisso que acabo de escrever, quero aqui, se me permitem, relatar a vocês, duas passagens que tive a oportunidade de vivenciar essa semana, que tratam exatamente dessa idéia macro e até mesmo diferente sobre a publicidade.
São duas situações do dia a dia, mas que a todo momento, retornam em minha mente e me fazem "perder" alguns minutos pensando a respeito.
A primeira delas, é a seguinte:
Na última Quinta-Feira, recebi na Ogilvy, a visita de 12 alunos e mais dois professores (entre eles, o Lelo) da PUC. Tais alunos formam a selecionada equipe da agência de publicidade daquela Universidade e estiveram na agência, para uma um encontro diplomático, conforme disse o Lelo. rs
Junto com o Cama, (Diretor Corporativo da Ogilvy Brasil) tentei montar para a visita, uma programação bastante interessante, e creio que desta forma, tiveram eles, a oportunidade de conversar com diversos profissionais da agência.
Entre esses profissionais, ressalto aqui o Donato, um conceituado diretor de arte da agência e que também leciona no programa Miami Ad School/ESPM. Ele foi o escolhido para contar aos alunos, a agitada vida de um criativo em uma grande agência de publicidade.
Após ter apresentado alguns cases premiados da agência e falado da dificuldade que muitas vezes se encontra para aprovar uma campanha, o criativo bateu um papo com a garotada, provocando-os a pensar e agir profissionalmente de forma diferente.
Segundo o Donato, o mercado é formado por muito cara bom. Disse que tem muito profissional fazendo coisa nova, "pensando fora da caixa" e se destacando no mercado. Citou alguns virais, falou sobre o Youtube, e que com pouco dinheiro, uma boa ideia e uma câmera na mão, muita gente encontrou uma vaga no mercado.
Também falou dos profissionais ruins, acomodados ou acostumados com a mesmice e que não conseguem "pensar fora da caixa", adotando clichês. Exemplificou as campanhas de creme dental, produtos de anunciantes enormes que dispõem de verbas gigantescas para produções e fazem comerciais medíocres e sem criatividade alguma. Disse ele, que enquanto criativos toparem fazer esse tipo de anúncio, a coisa não vai mudar. E voltando-se para os alunos, completou: "Cabe a vocês, daqui uns anos quando estiverem no mercado, não aceitar fazer esse tipo de anúncio e partirem para uma coisa diferente, provocativa".
Pediu para que os alunos saiam do óbvio, pensem em algo maluco, diferente e que acreditem nas suas convicções. E mais: defendam essas convicções até o final.
Nossos ilustres visitantes acompanharam atentamente toda a fala do criativo.
Tenho certeza que os alunos que chegaram na agência tentando descobrir o caminho das pedras, levaram para suas casas, a idéia de que não há caminho das pedras estabelecido, e sim, que há pedras e caminhos e que cada um decide por onde ir, já que não existem regras, nem "pré-conceitos" e muito menos, clichês!!!
Já quanto a segunda história que prometi, segue:
Ainda na semana passada, Sexta-Feira para ser mais exato, formei banca de TCC na UniSantos, onde me formei em 2003. Foi um convite do amigo Fernando Russell, que é professor de Mídia do curso. Aliás, o Russell me ensinou bastante coisa do que sei, hoje, sobre Mídia. Legal ver ex-professores, amigos e funcionários da Instituição.
Após as apresentações das agências, os três profissionais da banca fizeram seus questionamentos e em muitas dessas oportunidades, sanaram as suas dúvidas.
Felipe Prieto, diretor de arte da Ogilvy FAV, que na ocasião formava a banca comigo, após fazer suas considerações, disse que esperava ver idéias geniais nos trabalhos. Disse aos alunos, que se não fosse a internet, as estratégias dos trabalhos seriam idênticas às campanhas publicitárias veiculadas na década de 60.
Prieto também elogiou bastante os trabalhos em diversos aspectos e aproveitou a ocasião, para deixar um recado aos alunos. Disse que eles devem começar a "pensar fora da caixa". E que isso já deve ocorrer dentro da faculdade. Contou que o mercado quer caras diferentes, que tenham idéias geniais e que não façam aquilo que outros já fizeram.
Bom, com essas duas histórias, tenho a certeza que o discurso do momento é esse: "PENSAR FORA DA CAIXA".
Quantas vezes escrevi PENSAR FORA DA CAIXA, neste post?
Em menos de uma semana, dois criativos disseram as mesmas coisas para alunos de Publicidade.
Fico pensando se tenho feito isso com meus alunos na UniSantanna. Acredito que sim. Tenho provocado bastante a galera em pensar diferente, sair da mesmice. Mas acho que devo fazer ainda mais.
No próximo semestre, vou propor a criação de workshops de inovação, criatividade e por que não com o nome: PENSAR FORA DA CAIXA?
Digo isso, porque essa expressão não é válida somente para a criação, mas conforme disse no início desse texto, para a publicade como um todo.
Acho que é um bom assunto para começar a semana.
E você: pensa fora da caixa?