Toda história tem um começo, um meio e um fim. Bem, no meu caso, nem sempre foi assim. Algumas delas terminavam no meio, sem ter um fim definido, embora a curiosidade permanecesse e, não por culpa do meio, acabavam terminando antes mesmo do desfecho.
Mas por qual motivo se, não por culpa do enredo, eu não permitia o final da história?
Pensava muito nisso. Aliás, redator que sou, apaixonado por boas histórias e por um storytelling bem amarrado, não podia colocar a culpa nos autores se, na maioria das vezes, a história não chegava ao fim por minha culpa.
Ainda que eu me sentisse envolvido pelas histórias, a concentração era algo determinante para que eu dispersasse nos livros. Mais do que isso. Em uma sociedade atual que facilmente deixa de ser distrair por fatores externos, como conversas paralelas e outras atividades, os smartphones e as mídias sociais acabam por incomodar as histórias que deveriam ter seus finais respeitados.
Mas por qual motivo estou dizendo isso? Porque fiz uma autorreflexão sobre o meu propósito; uma espécie de treinamento do autoconhecimento, e pude perceber que o maior prejudicado era sempre eu. Até porque é no final das histórias que a sua moral se encontra, que as respostas às perguntas estão e que as lições são aprendidas. Passei a retomar as leituras paradas e comecei a enxergar as minas de ouro escondidas ao final de cada livro.
Ou seja, o que aprendemos se não chegamos ao final do livro, se não terminamos as boas histórias?
Portanto, caro leitor, se você chegou até o final deste texto, talvez essa reflexão não sirva pra você; mas talvez sirva, uma vez que você pode ser que nem eu, apenas um profissional tentando fazer as pessoas acompanharem, escreverem e serem verdadeiras protagonistas de seus próprios enredos, retomando seus meios para que, enfim, concluam suas próprias histórias.
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