– Mais pra esquerda, um pouco mais; vem vindo, vem… vem…. Aí, tá bom. Agora desce o logo.
Eu não sou Diretor de Arte, mas ao longo dos meus 10 anos como Redator, duplei com muitos deles, e hoje coordeno um time de DAs e busco não fazer o papel do sujeito que dá o título a este texto. Claro que a linha é tênue entre coordenar e ser o chato dos pitacos, mas é exatamente isso que quero trazer nessa reflexão.
– Agora joga pra direita; sobe um pouco, isso. Dá um zoom e tá show de bola. Bota um efeito nessa picanha, tá muito malpassada…
Em toda a minha vida de anunciantes e agências, 102% dos diretores de artes com quem trabalhei reclamavam dos conhecidos como flanelinhas (ou manobristas) de layout. É incômodo trabalhar com alguém na sua orelha dizendo como é que você tem que fazer o seu trabalho. É como dirigir com alguém do lado dizendo em que faixa você tem que estar no trânsito; é como cozinhar com alguém dizendo que você tem que mexer o molho; é como trocar a fralda do seu bebê (que você já faz há 1 ano) com alguém falando que você está fazendo errado.
– Coloca um degradê que vai ficar top, Zé. E muda essa fonte pra uma Comic Sans que vai ficar mais moderna, que tal, hein, hein? Tô te falando que eu conheço o cliente! Vem na minha….
Ninguém merece conviver com os flanelinhas de layout. Se você – em sua vida de Diretor de Arte – ainda não se deparou com um deles, continue sem abrir o vidro do seu “carro”, mas na hora de estacionar, adivinha quem estará lá pra te ajudar (?):
– Joga um pouco pra direita… agora esterça, agora joga pra esquerda…. Vem um pouco mais pra trás. Aí tá show!.