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O fenômeno “cringe” e como os virais são usados na publicidade

Recentemente tem sido muito usado nas mídias sociais o termo “cringe”, que é uma palavra em inglês que se refere a algo que gera vergonha. A expressão viralizou a partir dos jovens da Geração Z dizendo que coisas como gostar de certas séries e filmes, tomar café da manhã, usar hashtags e basicamente ser millenium é “vergonhoso e ultrapassado”.

Isso ganhou grandes proporções nas mídias e gerou tanto debates sobre as diferenças entre as gerações quanto piadas. Mas para a publicidade atual, esse é o tipo de fenômeno que pode ser interessante para as marcas expressarem o que desejam ou atribuir valor próprio, como algumas estão demonstrando.

Antes de mais nada, é muito importante ter em mente dois pontos sobre o uso de ondas da internet como essa: deve ser feito de forma inteligente e adequado ao que a marca se propõe a ser e expressar, para não se tornar algo superficial com o propósito único de ganhar algumas curtidas, e tem que ser feito rapidamente, pois, em geral, essas tendências acabam tão de repente quanto começam.

Separei alguns exemplos de marcas que souberam aproveitar bem disso para ilustrar:

  • A loja Quero Dobra fez em seu perfil no Instagram (@querodobra) uma postagem simples com a frase “A Dobra é cringe?” em que perguntavam abertamente para o seu público se a marca se encaixa nessa característica. Conseguiram vários comentários com o público dando sua opinião de forma positiva: alguns dizendo que não, outros que sim, e, o principal, trazendo o recado unificado de que “se a loja é cringe, seu público é também e ser cringe é legal”. Depois, fizeram stories concluindo o que descobriram junto com o público sobre sua própria identidade. Assim, de forma simples e bem humorada, a marca utilizou da tendência para reforçar e apresentar novamente quem eles são e seus valores.
  • O curso Se Liga, também em sua conta no Instagram (@seliga_enem_e_vestibular) fez uma publicação “rejeitando as caixinhas das gerações”, mas assumindo que sua equipe gosta de fazer e de consumir coisas que são consideradas cringe. Embora de uma forma mais simples, buscaram também reforçar a sua identidade jovem e seu diferencial de ser um curso divertido.
  • Já a agência @digi.girls, que produz conteúdos para auxiliar mulheres empreendedoras a crescerem no ambiente digital, trouxe uma publicação pontuando as características de uma “empreendedora cringe”, se assumindo como tal. Além de agregar o termo à sua identidade, proporcionaram a reflexão ao seu público para ajudá-lo a formar sua identidade também, aliando a tendência àquilo que o perfil oferece aos seus seguidores.

A internet é rápida e essa é só um exemplo de como tendências surgem nela de repente e podem tomar grandes espaços e discussões dentro dela. No momento em que estamos atualmente, em que o ambiente digital se tornou ainda mais importante para as marcas, ficar atento a elas e saber se deve utilizá-las, como fazer isso e o timing correto abre ótimas oportunidades.

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