Certa vez um amigo me disse que a melhor coisa que o departamento comercial de um grande jornal de uma capital poderia fazer seria cancelar a assinatura do seu maior concorrente da praça porque a verdadeira tara pelos negócios exclusivos de um lado ou de outro geravam um volume de stress tão grande que ocupava boa parte do tempo que seria necessário pra construção de bons e novos negócios com clientes impensáveis, e ele tinha muita razão, pena que nunca foi ouvido.

Gosto muito da frase de Saramago que diz “Pra conhecer a ilha, saia da ilha”, parece óbvio, mas nem sempre é fácil, em tempos de concorrência dura a inveja corporativa existe e cobra um preço caro, pois tende a jogar o valor das coisas pra baixo e um incômodo bobo aos poucos clientes óbvios e severamente incomodados que coexistem a tantos outros inexplorados, muito louco como não somos capazes de aplicar ao próprio negócio os conceitos básicos que vendemos aos nossos, é notoriamente muita frequência em uma cobertura pequena. O mundo é grande, e nem sempre tão óbvio.

A velha noção de concorrência deve ser repensada, o seu competidor pode e deve ser um desbravador de um mercado que necessita crescer e o diálogo entre vocês merece ser mais franco e propositivo.

Market share não paga conta, ser o líder de um mercado cada vez menor é o começo do fim, pode te fazer um dia comemorar por cair menos que a média, naquele sorriso melancólico do estou ruim, mas o meu vizinho está pior. A tara pelo market share reduz o mercado a conquista do passado.

Não faltam cases de mercados inovadores que criaram um novo mercado entre clientes impensáveis pra uma solução nova, seja este. A inveja corporativa também mata.

Marcos Braga

É idealizador, sócio e CEO do Amigos do Mercado, trabalhando 100% dedicado ao projeto, publicitário que já trabalhou no Grupo Bandeirantes, Grupo Dreammers (Artplan), HBO, Grupo Globo, entre outras empresas. Com MBA em marketing digital pela ESPM, possui 20 anos de experiência.

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