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Digitalks Executive: executivos compartilham experiências e vantagens do uso de tecnologia e dados nos negócios

Com a presença de executivos e abordagem de casos reais, o evento Digitalks Executive – Tech & Data apresentou a dimensão que os dados possuem para aperfeiçoar negócios

Um grande oceano que só cresce a cada dia que, se bem explorado, vai entregar uma infinidade de riquezas. Esse é o potencial dos dados para a sociedade. Da mesma forma que o petróleo no passado, hoje eles são a grande fonte de benefícios para empresas, consumidores e investidores. Disponíveis em abundância nas companhias, eles ainda precisam ser bem geridos para gerar mais resultados, o que pode ser feito de forma estratégica com ajuda da tecnologia. Esses e outros insights foram debatidos e analisados no Digitalks Executive | Tech & Data, realizado em São Paulo no dia 18 de setembro. 

Durante o Special Track “Iniciativas Digitais: como equilibrar a necessidade de velocidade do negócio com a necessidade de garantir a segurança dos dados e sua conformidade?”, com Alessandro Woserow, CEO da DOMVS IT, e Bruna Bolorino, General Manager Latin America da Delphix, Woserow explicou que as empresas que trabalham com dados precisam estar focadas em entregar dados otimizados para agilizar e acelerar processos, o que vem sendo feito com a melhora cada vez mais na qualidade de softwares. “Os dados são combustíveis para o negócio. Passaram de ser questão de diferencial competitivo para ser um must have. Não dá mais para se guiar no mercado sem ser data-driven”, afirmou ele. “Se antes os dados eram a cereja do bolo, agora eles são parte do bolo, é questão de sobrevivência”, destacou o CEO da DOMVS IT. 

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Para que esse aproveitamento na gestão das empresas seja o melhor possível, Bruna Bolorino disse que a exposição dos dados é uma das maiores preocupações da atualidade nas corporações. “Ambientes produtivos e transacionais são bem protegidos conforme os parâmetros atuais porque são essenciais para tomada de decisões, mas ambientes não produtivos podem gerar inúmeras cópias de dados e pontos de vazamento ou de ataque”, destacou. “Projetos multi-clouds concebidos para aumentar a viabilidade de um projeto, além de recursos zero trust e devops podem trazer aumento de receitas e melhoria na qualidade de serviços entregues. É preciso, ainda, identificar erros antes de acontecerem e buscar tecnologias que aceleram a manipulação de dados, processamento e infraestrutura de rede para melhorar todo o ecossistema”, explicou. Segundo a executiva, os ataques virtuais já são realidade e as empresas necessitam ter planos bem elaborados e testados para enfrentar os problemas quando e se surgirem. Ataques do tipo sequestro de dados podem matar um negócio, de acordo com Alessandro Woserow, o que impulsiona as empresas a adotar soluções cada vez mais completas que estão em uma curva acelerada. 

O uso de dados na área da publicidade

No setor de publicidade e propaganda, esse mar de informações também foi crescendo em importância e se mostra matéria-prima fundamental para vendas e negócios. Durante o painel “Dados: muito mais que uma febre!”, Caroline Gayo, da TBWA/Lew Lara; Heloisa Lima, da Africa, e Tamires Leite e Sebastián Garcia Padín, os dois da Retargetly, comentaram como os dados compõem as estratégias de marcas e da publicidade para alavancar vendas e estratégias. “Com o desafio frequente de um budget limitado para a propaganda, a rentabilidade é uma pressão. Por isso é fundamental analisar o custo/ benefício para o cliente de investir em uma mídia de performance mais assertiva que é mais cara, mas agrega mais ao cliente e é mais certeira ou se é melhor no momento fazer uma estratégia mais dispersa e barata para atingir milhares de pessoas. O papel do profissional é trazer números, experiências e impactos para juntar rentabilidade, eficiência e melhor experiência para o cliente”, disse Caroline.

De acordo com Heloisa Lima, o planejamento é fundamental; o channel map é importante para orientar todas as estratégias, de forma a se diferenciar em um mundo que as pessoas são impactadas por 20 mil mensagens por dia, seja na rua, na internet, na TV, no rádio ou em uma conversa. “É necessário ter uma estratégia de complementaridade e um mix de ações para cercar a audiência, para que ela seja impactada em diferentes momentos”, afirmou. De acordo com Tamires, é importante educar os clientes e o próprio mercado sobre quais as melhores formas de estruturar a estratégia adequada para garantir resultados. “As agências, os parceiros que tratam os dados e os clientes devem atuar juntos para obter o melhor uso dos dados disponíveis”, destacou. 

Tecnologia e inovação na indústria

Os dados estão em tudo e podem ser a estrutura para uma produção eficiente e inovadora como, por exemplo, no setor industrial. Foi o que mostrou Livius Aguiar, consultor de Transformação Digital da Siemens, na palestra “Infinitas oportunidades a partir de dados infinitos”. As informações extraídas dos dados e processadas podem responder a desafios que as empresas têm para ser cada dia mais sustentáveis, gastar menos recursos e entregar produtos customizados trazendo transformações gigantes. “Uma das formas é a integração do mundo real com o digital, criando e montando todo o processo de produção de forma virtual após extrair informações do mundo real. Muitas empresas hoje já atuam com um gêmeo digital da produção, assim é possível prever, entender e corrigir erros antes de levar a execução para o plano da realidade”, explicou o executivo. 

“Novas tecnologias aparecem para nos auxiliar. Elas são o meio para resolver os problemas como é o caso da internet 5G que tem velocidade e mais rápido tempo de resposta (latência), assim como a Inteligência Artificial (IA)”, afirmou. Livius ainda apresentou cases de empresas que já atuam na linha de produção de forma totalmente digitalizada e virtual, agilizando processos, prevenindo acidentes e obtendo maior rastreabilidade da origem de produtos. 

Como ser uma empresa data-driven 

Com todo esse potencial que os dados têm, as empresas são desafiadas cada dia mais a tomar decisões baseadas em dados e serem data-driven. O tema foi discutido no painel “Como ser uma empresa realmente data-driven”, com Filipe Cotait, da Scala do Grupo Stefanini; Valton Neto, do Reclame Aqui, e Edney Souza, da SigmaGeek. Valton Neto explicou que a plataforma coleta dados de forma orgânica e tem um data lake próprio que analisa os dados na origem para gerar a maior confiabilidade possível. “Os assuntos são divididos dentro do data lake para serem trabalhados e utilizados, gerar relatórios, dashboards e insights”, explica. 

De acordo com Filipe Cotait, da Scala, os dados já estão nas empresas disponíveis, mas a grande questão é não usar por usar, mas transformar os dados em informação e conhecimento. “Cada empresa vai organizar seus dados de acordo com suas necessidades, não existe um modelo padrão, mas é necessário organizar para usar da forma adequada e montar uma infraestrutura para acessá-los e usar no dia a dia”, destacou o executivo. Segundo Cotait,  a organização precisa entender sua estratégia e saber como usar os dados no dia a dia dos negócios. “Diante de quantidades extensas de dados, a solução mais produtiva e funcional é gerar KPIs para extrair informações para a gestão”, destacou. Para ser uma empresa data-driven, é necessário estabelecer métricas, ter sistema de data translators, estabelecer governança, muitas vezes próprios porque existem muitos modelos de negócios diferentes e cada organização vai desenvolver formas de gestão de dados adequadas ao seu modelo.         

Para usufruir de tudo o que os dados podem proporcionar, os recursos tecnológicos chegam como a resposta. Durante o painel “A tecnologia é o meio: a verdadeira vantagem em usar dados”, com a participação de Fabio Almeida, da Gamned Brasil; Felipe Rodriguez, da Gauge, e moderação de Ariane Maia, da A² Business Intelligence. “Quando se pensa em investir em dados, a empresa não pode ir pelo modismo, mas sim entender a maturidade de sua cultura para fazer o investimento na tecnologia que vai tirar o melhor dos dados e saber o que pretende com essas informações. É necessário estabelecer o pensamento de tomar decisões de negócios para poder montar a estrutura tecnológica capaz de atingir o objetivo estabelecido para os dados”, destacou Rodriguez. 

 As empresas cada vez mais usam os dados na tomada de decisão e isso, segundo Fábio Almeida, no planejamento de mídia, por exemplo, não pode, porém, ser centralizado apenas na tecnologia. “Tem que separar verba para ter sustentação tecnológica e ter cultura analítica para distribuir o valor a ser investido para gerar a mídia, a tecnologia e as estratégias do pessoal envolvido”, recomenda Almeida. 

Na palestra “Eficiência de dados para prototipar o futuro”, Gabriel Marostegam, da CI&T, explicou as possibilidades dos dados em um mundo cada vez mais complexo e repleto de expectativas. “Empresas ainda demonstram insegurança para usar os dados, o que mostra que elas precisam de foco e organização para não apenas armazenar e gerir dados, pois isso gera custos se esse armazenamento não tiver objetivos claros para o uso desses dados”, explicou. “Pesquisadores do setor já observaram que as empresas são ricas em dados e pobres em informação e para superar essa fase, é necessário estabelecer estratégias de impacto em negócios trabalhando na jornada e desenvolvendo competências dentro das companhias, pois ela é constante e não linear em que degraus serão superados até atingir a maturidade para criar a plataforma de dados ideal que se tornará fácil após evolução, automatização, criação da governança para tomada de decisão”, finalizou. 

Inovações no uso de tecnologia e dados 

Na apresentação “Papel do CIO: TI como alavanca para os negócios”, Emanuel Di Matteo, da Liferay, destacou como esse cargo ganhou importância para o negócio. “Hoje o CIO atua na execução de projetos e tem impacto na cultura organizacional, além de contribuir com a governança corporativa e na gestão como um todo, pois os investimentos de TI hoje em dia não devem apenas ser suporte, mas gerar impactos nos negócios”, explicou ele. No decorrer das grandes revoluções industriais vividas pela sociedade, desde a máquina a vapor, o gestor de tecnologia foi tendo seu papel mudado e agora impactam na ponta do negócio. 

Os dados estão em toda a parte, até mesmo nas conversas do grupo da família nos aplicativos de mensagem, e essa praticidade que foi tão bem aceita e acolhida pelos brasileiros de forma tão natural que avançou para o relacionamento com as empresas. Carolina Nishi, arquiteta de soluções do Whatsapp Business, destacou as grandes mudanças nas relações entre empresas e consumidores na palestra “Soluções do Whatsapp Business API para os diferentes modelos de negócios”.  

“Hoje em dia os consumidores já têm expectativa de resolver as situações forma rápida e instantânea em conversas com as empresas, o que cria muito potencial para o crescimento do WhatsApp nessa relação. Ele é usado somente em 5% dos casos e pesquisas mostram que 68% dos consumidores querem um canal simples e rápido para falar com as companhias, que ainda hoje adotam formas de comunicação que não atendem essa espera do cliente, como e-mail, SMS, telefone etc.”, destacou a executiva. Segundo ela, experiências com empresas como Stone, IFood e Uber já mostram como o uso é intuitivo, rápido e informativo graças aos recursos que podem ser compartilhados com o toque de um botão e com bots programados para falar uma linguagem cada vez mais fluida e clara. “A jornada do cliente fica muito simplificada antes, durante e após a venda, e é possível pensar em possibilidades para moldar a necessidade das empresas às dos clientes”, destacou ela. 

A inovação com dados é possível, mas necessita investimento em profissionais aptos a trabalhá-los de acordo com a necessidade das empresas. O tema foi discutido no painel “Acelerar a inovação a partir dos dados”, com Ricardo Ferreira, CEO da Cinnecta; Rafael Buck, da Neon, e Vera Moraes. “Diante de tantas empresas de fintech, o diferencial passa a ser uma experiência do cliente diferenciada e facilidade para o seu dia a dia. Com os dados isso é possível: conhecendo os hábitos e necessidades, a empresa pode, por exemplo, oferecer um pacote de serviços ao detectar que se aproxima o fim do contrato ou do estoque do cliente. Ao receber a mensagem no momento certo, ele entende que está sendo bem atendido nas suas necessidades”, exemplificou Buck. 

As informações trazidas pelos dados devem ser usadas para manter a empresa relevante no relacionamento com seu público, destacou Ricardo Ferreira. “Quem consegue atenção do consumidor em um ambiente repleto de informações e estímulos, oferecendo algo importante e relevante para o cliente, vai ter, em retribuição, fidelidade e engajamento, numa relação de ganha-ganha que pode se tornar duradoura e boa para os negócios e para a experiência do consumidor”, explicou. 

Personalização e customer experience

A tecnologia é uma grande parceira na personalização do relacionamento com o cliente. De acordo com Diego Boesso, da AktieNow, que apresentou a palestra “Usando dados e tecnologia para personalizar a experiência do cliente”, ao longo dos últimos anos a tecnologia viabilizou novos produtos e serviços e reduziu a barreira de entrada do consumidor. “Com muitas dificuldades superadas com o uso da tecnologia, visto que hoje existe uma maior conveniência, agora as soluções passam por situações intangíveis que toquem o consumidor. As empresas devem ir além e conhecer o cliente, saber quantas vezes ele interage com a marca para dominar a jornada e fortalecer pontos de contato ao longo do processo”, afirma. 

Segundo o executivo, as empresas anseiam por personalização de vendas e a forma de começar é direcionar os recursos para tecnologias que vão auxiliar o processo, mas ainda mais garantir a formação de times com cultura orientada ao cliente.  “É necessário estabelecer uma jornada em que se traga o cliente para o centro do processo com um time estruturado capaz de criar experiências personalizadas ao ponto de ter detalhes como o que gosta de comprar, como consome e informações detalhadas para orientar o cliente em caso de dúvidas durante a compra no site ou nos canais omnichannel. Esse refinamento só é possível com dados que permitam completar toda a jornada do site, passando por canais rápidos e até a loja física, fazendo o cliente vivenciar uma experiência única”, concluiu.  

Eventos em 2023

O Digitalks Expo, principal evento sobre negócios no Universo Digital, já tem data para 2023. A conferência deve reunir mais de 8 mil executivos e profissionais nos dias 23 e 24 de agosto.
O evento será no São Paulo Expo. As inscrições estão abertas. Garanta já a sua:  https://digitalks.com.br/expo/

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