Rayssa Leal é a pessoa mais nova do Brasil a ganhar uma medalha nas Olimpíadas, depois de mostrar todo o seu talento, esforço e dedicação na modalidade de Skate Street em Tóquio. A menina conhecida como Fadinha do Skate (após postar um vídeo andando de skate vestida de fadinha em 2015), nasceu em Imperatriz, no Maranhão, em 2008. Ela começou a treinar aos 6 anos, quando pediu e ganhou um skate de aniversário, por influência de um amigo de seu pai. Já aos 11 anos foi campeã brasileira e vice-campeã mundial, e agora, aos 13, medalhista olímpica.
No Brasil, o skate surgiu na década de 1960, mais precisamente no Rio de Janeiro, através dos brasileiros que viajavam para os Estados Unidos na época, principalmente por aqueles que se interessavam pelo surfe ou já pegavam onda em águas nacionais. Nessa época, o esporte era praticado sobre eixos de patins com rodas de borracha ou ferro pregados em uma madeira qualquer, e começou a crescer na década de 1970, após ter aparecido na Revista Pop.
Essa é a primeira vez que o skate é disputado nos jogos, e a estreia ocorreu na Ariake Urban Sports Park, com capacidade de 6 mil espectadores e o local também será sede das disputas de BMX, tanto o racing quanto o freestyle. Na madrugada anterior, nessa mesma arena, Kelvin Hoefler também conquistou prata no street, a primeira medalha do Brasil em Tóquio e primeiro pódio da história do skate olímpico.
Falando sobre o skate feminino, a ida para a final olímpica foi de alegria para Rayssa, mas frustrante para as outras brasileiras, que ficaram de fora: Pâmela Rosa, de 22 anos, atual número 1 do ranking e campeã mundial em 2019 e Letícia Bufoni, de 28 anos, maior vencedora dos X Games e um dos grandes nomes da história. As rivais se apresentaram bem, o ouro ficou com a japonesa, também de 13 anos, Momiji Nishiya e o bronze com Funa Nakayama (japonesa, de 18 anos).
As principais concorrentes de Rayssa erraram na quarta manobra, mas ela não: um slide no backside perfeito valeu 3,39 e jogou sua nota geral para 14,64. Mas aí, veio a japonesa Momiji Nishiya, que fez uma manobra ainda mais difícil e, com 4,66, somou 14,74 e tomou a liderança. Funa Nakayama acertou um frontside crooked de 4,20 e pegou a terceira posição, com 14,49. A decisão ficou para a última manobra. Com os erros de Nishimura (Japão), Sablone (Estados Unidos) e Zwetsloot (Holanda), o pódio de Rayssa ficou garantido. Ela precisava de 3,24 para tomar a liderança, mas caiu na saída do slide. No fim, com um novo erro de Nishimura, a brasileira garantiu a prata.
Após a conquista, Rayssa afirmou que as parceiras também foram representadas por sua medalha e ainda disse que o skate é “para todo mundo, podemos provar que não é só para meninos”, disse ela à TV Globo após a cerimônia de premiação. Um dos melhores pontos do skate é que é para todos, tendo competições masculinas e femininas, de todas as idades, como foi visto dia 25 de Julho, meninas de 13 anos competindo com outras de 30, por exemplo. A Fadinha do Skate terminou dizendo “eu estou muito feliz, porque pude representar todas as meninas, a Pamela e a Letícia, que não se classificaram, todas as meninas do skate e do Brasil. Poder realizar meu sonho de estar aqui e ganhar uma medalha é muito gratificante. Meu sonho e sonho dos meus pais.”.
Além de tudo isso, a marca esportiva Nike, realizou uma campanha com Rayssa. A “Vai no Novo” tem como objetivo convidar as pessoas a descobrirem o esporte de um jeito diferente. Com a skatista, a ideia é inspirar ainda mais meninas ao redor do mundo, mostrando que o skate brasileiro tem espaço para novas “fadas”. “Eu fico muito feliz em incentivar outras meninas a iniciarem no esporte. O skate é um esporte feminino também, é um esporte para todos. Quero que outras meninas tenham a mesma oportunidade que eu, de ver suas vidas e seus sonhos sendo realizados por meio do esporte. Nós só precisamos acreditar na gente mesmo e em nosso potencial”, disse Rayssa Leal. O vídeo pode ser conferido através desse link: https://youtu.be/Bspl9p2nuBw