Uma das iniciativas de marketing digital mais importantes da atualidade está passando por uma revolução. E você, profissional da área, precisa saber disso.

Trata-se do SEO – Search Engine Optimization, que tem por objetivo aumentar a visibilidade de um site nos resultados de pesquisa orgânica (não pago) em mecanismos de busca como o Google, por exemplo.

Sendo o SEO uma das principais estratégias de empresas que têm por objetivo gerarem tráfego para um site, a iniciativa sempre foi crucial para atrair um tráfego qualificado para o ambiente digital da marca. Ou seja, sempre se buscou através dessa iniciativa de marketing, o CLIQUE para um site.

Entretanto, fato é que dentro dessa lógica muita coisa tem mudado.

Atualmente percebe-se um alto volume de buscas no Google com zero clique. Oi?

Exato, uma pesquisa sem cliques é aquela em que o usuário obtém a resposta ao que precisa sem que tenha a necessidade de clicar em um site.

Essas pesquisas são crescentes e ocorrem muito por conta do desenvolvimento e novos recursos que buscadores como o Google possuem e aperfeiçoam a cada dia.

Essa tendência (que é mais do que uma realidade) afeta as empresas que têm no seu e-commerce, por exemplo, um importante canal de receitas, diminuindo a chance, inclusive, de ser encontrada por potenciais clientes.

Só pra se ter uma noção, segundo relatório 2024 do We Are Social, o Google possui mais de 5 bilhões de acessos por mês no Brasil, sendo – de longe – o líder em acessos no País. O buscador tem mais de 93% de share por aqui.

As pessoas acessam o Google para buscar produtos, serviços, informações diversas e até mesmo para tirarem a dúvida de como se escreve uma ou outra palavra.

Entretanto, para empresas que se utilizam de estratégia SEO para gerar tráfego qualificado ao seu site de forma orgânica, muita coisa pode mudar daqui por diante.

Um estudo publicado pela SparkToro descobriu que 58,5% das pesquisas realizadas nos EUA e 59,7% das pesquisas feitas na Europa tiveram zero clique.

A galera busca algo, o Google entrega a resposta ali na cara do gol, sem que a pessoa tenha que clicar em algum resultado da busca para descobrir a informação.

Isso não se deve ao fato somente do Google ter melhorado seu sistema de pesquisa. Ele agregou também aqueles mecanismos que facilitam a vida de quem busca algo através do buscador. Vou citar alguns deles aqui e tenho certeza de que você já os utilizou em suas buscas recentes. Não minta pra mim!

O painel de conhecimento é um grande exemplo disso. O usuário vai ao Google busca a data de aniversário de um esportista. O resultado aparece rapidamente em tela dentro de um painel que reúne as principais informações do esportista. Ou seja, sem que o usuário tenha que entrar em site algum, ou seja, com ZERO CLIQUE, ele obtém a resposta que busca descobrir.

Tenso, né? Bora falar de mais um.

As visões gerais de IA, os chamados snippet em destaque, onde a inteligência artificial responde o que se pergunta, antes mesmo de oferecer a lista de sites ao usuário também é outro mecanismo que hoje afeta diretamente a atividade SEO, já que possibilita a satisfação do usuário, gerando ZERO CLIQUE aos sites que tenham aparecido nos resultados de busca.

No exemplo acima, ao buscar por parques na cidade de São Paulo, o Google recomenda através da IA parques diversos sem que eu tenha que recorrer aos sites listados por ele mesmo.

Mas calma que ainda tem mais. Ferramentas de IA como Gemini e ChatGPT servem hoje aos usuários como canais de buscas. Segundo o próprio Google, 81% dos seus usuários já admitem que usam o IA para efetuar suas buscas, em alternativa ao próprio Google.

Vale observar que a adoção de ferramentas de IA para busca varia entre as gerações. A Geração Z e os Millennials tendem a ser mais abertos e a utilizar mais frequentemente essas ferramentas em comparação com a Geração X e os Baby Boomers, que ainda preferem os buscadores tradicionais.

Também é notório que, também muito por essa questão geracional acima mencionada, usuários estão cada dia mais considerando outras plataformas como agentes de buscas.

Na atualidade, jovens, entre 18 e 24 anos, têm o TikTok como seu principal buscador na internet. Eles alegam que, talvez por conta do algoritmo, a mídia social em questão entrega o que se busca de maneira mais rápida, efetiva. Pergunto isso em sala de aula aos meus alunos de graduação. Eles me dizem que o resultado é mais preciso, além de chegar em formato de vídeo. Estão errados? Não, não estão.

Maluco, né? E agora, como fica a atividade SEO em meio a tudo isso?

Como as empresas podem agir do ponto de vista do SEO para manterem seus sites relevantes e encontráveis se, a cada dia que passa, ferramentas de IA servem como alternativa de buscas para usuários?

O SEO não irá morrer! Certamente, profissionais dessa área já vêm há anos estudando esse fenômeno e buscando entender como as empresas se adaptam a esse consumo.

Tento, humildemente, trazer minhas percepções para os questionamentos acima.

Acho que entender a intenção do usuário ao buscar algo contribui bastante pra isso. As ferramentas de IA tendem a ser mais conversacionais e então adaptar sua atividade SEO para que um site possa responder perguntas de forma mais orgânica, natural… pode ser um bom caminho.

Outra iniciativa que penso ser fundamental na era da pesquisa de zero clique é melhorar consideravelmente o SEO Local. Muitas vezes esquecido pelas empresas, mais do que nunca passam agora a ser fundamentais. Google Meu Negócio, avaliações de usuários etc são modalidades e formatos que já nasceram adaptados a essa nova realidade.

Além disso, outras atividades que sempre estiveram interligadas ao SEO ganham ainda mais relevância. O PR, através de releases publicados cada vez em maior número em sites de notícia relevantes e de credibilidade, ajudará a aumentar a autoridade de uma marca sobre um determinado assunto.

Em resumo, a chave para manter a relevância e a capacidade de ser encontrado na era da IA é evoluir a estratégia de SEO para se concentrar em oferecer valor excepcional aos usuários em múltiplos formatos. A ideia sempre será construir confiança e autoridade, otimizar para a linguagem natural e garantir uma base técnica sólida. As empresas que se adaptarem proativamente a essas mudanças estarão mais bem posicionadas para prosperar no futuro da busca.

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