Este mês, falei duas vezes para estudantes de publicidade e me lembrei de como tomei a decisão de seguir essa carreira. Eu sou o primeiro publicitário na minha família e o primeiro a chegar à universidade. Não tive apoio ou orientação naquele momento, pois não era fácil para meus pais explicarem os desafios que eu começava a enfrentar. Eu sempre estive sozinho ao chegar em cada nova etapa, mas tive boas ideias que me ajudaram e que podem ajudar você, que hoje deseja ser publicitário.
Já falei em outro artigo sobre a importância de ter um mentor. Portanto, se você ainda não está convencido, consulte meu outro texto. Uma mentoria com um profissional da área ou até mesmo uma conversa simples pode ajudá-lo a entender se está fazendo a escolha certa e ainda oferecer dicas valiosas para aproveitar as melhores oportunidades.
Quando estava prestando vestibular, fiquei entre medicina e publicidade. A escolha pela medicina veio da influência de um livro que li, mas a publicidade sempre esteve ligada a algo que eu adorava fazer. Eu assistia muita televisão e, por tabela, via muitos comerciais. Foi assim que o gosto pela propaganda entrou na minha vida.
Lembro do dia em que perguntei ao meu pai como a televisão ganhava dinheiro. Ele não soube explicar muito bem, mas, naquele momento, eu já começava a trilhar meu caminho pelo mundo da mídia e da venda de espaço publicitário, que acabaram se tornando minha carreira.
Gostava da propaganda, mas não tinha ideia de como as coisas funcionavam. Comecei a criar anúncios em casa, sozinho, sem nenhuma orientação. Lembro que desenvolvi uma campanha para a Kodak, de maneira totalmente artesanal, e decidi levar minhas ideias até a empresa.
Descobri o telefone deles e, sem saber ao certo como, consegui falar com o gerente de marketing, que gentilmente aceitou conversar comigo. Levei minhas ideias, animado com a chance de oferecer meus serviços. Ele foi muito atencioso, gostou do meu material e disse que ele se parecia muito com uma campanha americana da marca, mostrando-me alguns desses materiais. Foi ele quem me recomendou buscar um curso de publicidade e propaganda.
De forma inusitada, consegui o contato de uma pessoa da área e, assim, tive a validação de que teria alguma chance de sucesso na carreira. Alguns meses depois, estava entrando na FAAP para estudar Comunicação, com foco em publicidade e propaganda.
Se você ainda não entende bem a carreira que deseja seguir, recomendo que busque profissionais do mercado e tente marcar uma conversa. Você descobrirá que, em geral, as pessoas se encantam com esses pedidos, e é bem provável que consiga agendar uma reunião.
Outra recomendação é visitar a faculdade/universidade onde pretende estudar, conhecer o campus e a estrutura. Hoje, isso é muito mais fácil, e muitas instituições dedicam tempo para essas visitas. Com tantas possibilidades, basta uma busca rápida no Google para encontrar opções.
Escolher uma carreira é algo muito complicado, então busque o máximo de informações que puder. Outra dica é participar de eventos. Em setembro, a Associação dos Profissionais de Propaganda (APP) realiza o FEST’UP, um festival para estudantes de publicidade que reúne profissionais do mercado em palestras, mentorias e workshops. É uma ótima oportunidade para descobrir novas perspectivas e conhecer profissionais do setor.
Quando eu estudava, não havia o FEST’UP, mas tive a chance de assistir algumas vezes à apresentação dos comerciais premiados no Festival de Cannes. Foi numa dessas apresentações que vi pela primeira vez alguns comerciais do Greenpeace.
Nunca me esqueci de uma campanha que mostrava o trabalho do Greenpeace pintando filhotes de focas para impedir que caçadores os matassem para comercializar a pelagem branca, que só dura os primeiros seis meses de vida desses animais.
O filme alternava cenas de modelos usando casacos de pele branca de foca com cenas de caçadores buscando os filhotes. A ação do Greenpeace de pintar as peles com spray preto era explicada, pois, após seis meses, as focas perdem a pelagem branca e passam a ter a cor da foca adulta. A campanha ajudou a criar a consciência de que o uso de peles de animais em roupas precisava mudar. Naquele tempo, era uma provocação; hoje, vemos que aquele comercial foi uma ferramenta para mudar comportamentos no mundo.
Ações como essa me fizeram ver o poder da comunicação e da propaganda, aumentando ainda mais minha vontade de me tornar publicitário.
Quando se inicia um curso, são quatro anos de dedicação pela frente. Por isso, encorajo você a buscar todo tipo de informação, contato ou experiência que possa confirmar sua vocação. Não perca a oportunidade de conhecer profissionais experientes ou de participar de eventos como o FEST’UP.
Se você pretende ir ao FEST’UP, por favor, me procure. Ficarei feliz em conversar com você. Basta me procurar no espaço dedicado à organização do evento.
Sucesso na carreira!
Link de inscrição no FEST’UP
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