O setor automotivo cresce a cada dia mais, principalmente com a fusão de marcas do segmento para se tornarem as maiores montadoras do mundo – como Nissan, Mitsubishi e Honda já confirmaram a junção para os próximos anos. Neste cenário, marcas como a BYD, que produzem veículos elétricos, possuem ainda mais chances de expansão e estabilidade no mercado.
A marca chinesa começou suas operações em 1995 vendendo baterias recarregáveis para carros. Com as mudanças tecnológicas e a necessidade das empresas se adequarem à sustentabilidade, a BYD atualizou suas políticas internas e estratégias de marketing, resultando em mais carros vendidos em 2022 do que sua maior concorrente, a Tesla. Mas afinal, como a BYD se destacou dessa forma?
Evolução da marca nos últimos 29 anos
Antes apenas fabricante de baterias recarregáveis, a empresa chinesa se reinventou diversas vezes para se manter atualizada no mercado. Um dos grandes princípios da evolução de uma empresa é atualizar suas tecnologias para solucionar novos problemas, e a BYD fez isso com maestria.
Em 2005, quando começou a produção de carros próprios, a empresa produzia modelos extremamente semelhantes aos concorrentes da época, não tendo nenhum diferencial aparente para o público. Por isso, “se aproveitou de parcerias com o governo chinês para o incentivo da compra de seus veículos com descontos, além de veículos para uso do próprio governo, garantindo produção já com vendas pagas”, de acordo com o site Tecmundo.
Porém, em 2019, a parceria com o governo chinês recebeu cortes, e sua diferenciação não poderia mais se dar por preço. Desta forma, a BYD optou por se tornar uma empresa inovadora e voltada para o futuro do seu segmento apostando na produção de peças para veículos elétricos, aprimorando sua própria tecnologia para o futuro inerente que estava por vir: a fabricação própria do novo veículo.

Crescimento no mercado brasileiro
A marca está no Brasil há muitos anos, porém sempre focou em comercializar veículos a combustível ou híbridos. Em abril de 2022, a empresa colocou um ponto final na produção deste tipo de automóveis, trabalhando apenas com os elétricos após o aprimoramento tecnológico.
A BYD se destacou popularmente, de fato, após a importação em massa de veículos para o Brasil. Isso se deu devido ao aumento da taxação de impostos para automóveis estrangeiros previsto para 2025 – uma estratégia de barreira de entrada que o governo brasileiro adotou para incentivar a indústria nacional.
Entendendo que nos Estados Unidos a concorrência seria muito alta com os veículos da Tesla, por exemplo, a BYD focou em se expandir em outros mercados em ascensão. Desta forma, aproveitou a oportunidade para trazer mais de seus veículos para o Brasil antes que o ajuste na taxação de veículos entrasse em vigor, já que o mercado nacional cresceu 146% no primeiro semestre deste ano e segue em franca expansão (InsideEVs Brasil).
Apesar dessa fama na comercialização de carros, a marca não atua exclusivamente com veículos de passeio. A empresa possui uma parceria com a Samsung na China para a implementação de um monotrilho; lançou modelos em parceria com a Toyota; e está também envolvida com os trens de linhas da CPTM em São Paulo – ainda que as obras estejam pausadas.
Por mais que a marca esteja ultrapassando barreiras – tanto em vendas quanto ambientais – ainda é preciso rever pontos sociais, uma vez que segue em processo judicial por conta de trabalho análogo à escravidão no Nordeste brasileiro.
Sabendo da importância que as marcas possuem no ecossistema sustentável e social, é estritamente importante que sejam revistos os pontos de mão de obra para garantir a perpetuidade da BYD no mercado brasileiro, um dos que mais luta contra injustiças, preconceitos e escravidão no mundo. Caso essa adequação não seja feita, certamente a BYD sofrerá impactos em suas vendas, já que mais de 87% dos consumidores preferem marcas que aderem ao ESG (BNPL).
Além de todo o marketing voltado para a inovação, a marca se destaca por estar com uma forte presença em anúncios em TV aberta, mobiliário urbano e tráfego pago, reforçando o compromisso com a sua expansão e o mercado automotivo sustentável.
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