Querido Papai Noel, me vê uma Coca geladinha?
É fato a influência das marcas em nosso dia a dia. Nosso jeito de se vestir, de pensar e se portar vem de uma manipulação por parte das empresas, que procuram criar um consumo inconsciente em massa. Um exemplo disso é a necessidade constante do indivíduo de trocar seu aparelho móvel anualmente. A maioria explora a possibilidade de adquirir aquele smartphone de última geração com a maçãzinha, sabe?
Mas qual é o limite dessa manipulação, que influencia até nossa visão de mundo?
Para empresas como a Coca-Cola, a resposta dessa pergunta seria “ao infinito e além”. Isso porque sua grande jogada de marketing, que dura já mais de 100 anos, concretizou uma fantasia na mente de jovens e crianças ao longo do século.
Se separarmos um grupo de crianças e jovens, e pedirmos para eles desenharem o Papai Noel, sua grande maioria (se não todas) irá ilustrar esse personagem com mesmos traços característicos: a roupa vermelha, o saco de presente e seu semblante envelhecido. Se perguntarmos a essas mesmas crianças o que faz o Papai Noel, suas respostas se assemelhariam com a ideia de sair a noite para entregar brinquedos.
Agora, se questionarmos elas de onde surgiu o Papai Noel, quase ninguém vai saber responder. Isso porque foi criado, de um jeito brilhante, uma memória de consumo inconsciente na cabeça de quase todos os indivíduos. Suas roupas vermelhas e brancas com o objetivo de se assemelhar com a marca, seu caráter amigável e gentil, para criar uma relação de empatia com as crianças, e suas peripécias de saídas à noite para entregar brinquedos fazem com que exista, anualmente, não apenas as melhores campanhas natalinas para a empresa, mas o real e inevitável consumo na cabeça dos jovens do mundo todo.
Tanto é que já estou escrevendo meu pedido para o próximo Natal:
Querido Papai Noel, me vê uma Coca geladinha?