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Case P&G: desafios de inclusão nas corporações

Desde pessoas com algum tipo de deficiência, mulheres, negros, até a comunidade LGBTQI+. Esses são alguns exemplos de muitas minorias que existem, mas que quase nunca são procuradas para uma vaga de emprego ou acabam tendo cargos importantes dentro de alguma empresa. Já parou para pensar nisso? Esse post vai te fazer refletir e se inspirar!

Sabemos que o que faz uma empresa se destacar são seus valores e sua personalidade, e com uma geração jovem cada vez mais progressista, mais serão cobradas vagas inclusivas para a minoria. As pessoas estão cada vez mais abertas e disponíveis para ajudar os que mais precisam, porque estas acabam não tendo tanta oportunidade quanto a maioria.

Aliás, você sabe o que é uma Vaga de Inclusão? É basicamente entender que todos possuem o direito de estudar/trabalhar sem qualquer tipo de discriminação por conta de sua raça, gênero, religião, ou condições físicas e psicológicas. Pode parecer um conceito básico, mas não é pra muita gente por aí. Em muitos negócios, essa prática já está sendo aplicada e cultivada por muitos anos, mas em outros, o processo está apenas começando. Se você ainda não começou, ou está no caminho da inclusão social, esse post é para você!

  • Encarando a realidade

A falta de inclusão de minorias no mercado de trabalho é, acima de tudo, um problema estrutural. De acordo com uma pesquisa do site Vagas.com, a porcentagem de negros que ocupam os cargos mais altos das empresas é de apenas 0,7%. Enquanto isso, a estimativa dessa mesma minoria no setor operacional é de cerca de 47,6%. Percebe que de nada adianta uma empresa ter 50% dos funcionários negros sendo que nenhum ocupa um cargo de liderança?

Falando agora do exemplo das mulheres, no quesito de representatividade, estima-se que em 2018 elas ocupavam 45% dos cargos de liderança. Logo poderíamos concluir que estamos próximos da igualdade para esse grupo, correto? Errado! Por mais que ocupem uma parcela significativa (mas lembrando: ainda inferior), o trabalho feminino é desvalorizado se comparado ao masculino. Isso se dá pela diferença salarial, onde de acordo com um levantamento do Quero Bolsa, as mulheres recebem apenas 67,92% do salário dos homens, mesmo ocupando o mesmo cargo. Se não bastasse isso, o dado mais alarmante, e assustador de todos, está no relatório do Fórum Econômico Mundial que concluiu que só teremos a igualdade de gênero em 2095, isso se continuarmos avançando na efetivação de direitos para as mulheres.

Vamos falar da comunidade LGBTQI+ agora? Para isso eu usarei apenas um dado para ilustrar o quão chocante e preocupante é a situação. 90% dos travestis precisam se prostituir para sobreviver, pois mesmo com boas qualificações, não conseguem arrumar um emprego formal. Agora faça uma reflexão: se você é dono de uma empresa, quantos funcionários trans você já contratou? Se você trabalha em uma empresa, quantos colegas trans você possui? Mesmo não te conhecendo eu sei que são pouquíssimos casos, isso se existir algum. Essa é só a ponta do iceberg, um único exemplo entre tantos outros somente dentro dessa minoria.

Por último vamos falar da realidade de ¼ da população brasileira: as pessoas com deficiência (PcD). É isso mesmo que você acaba de ler, estima-se que 45,6 milhões de brasileiros possuem alguma deficiência visual, auditiva, motora ou mental/intelectual (dados do IBGE 2010). Mesmo assim, a Lei de Cotas prevê apenas que as empresas tenham entre 2% a 5% de cargos ocupados por PcD. Além de serem baixos números de cotas, elas ainda são muitas vezes desrespeitadas. Ademais, não há progresso na inclusão desse grupo se há a contratação, mas não há a adaptação da infraestrutura de trabalho para se adequar às necessidades deles.

  • P&G e o seu exemplo direto da inclusão

Com tudo isso em mente, a P&G (Procter & Gamble) conseguiu se inovar pelos anos, e hoje está com a inclusão em mente. Ela começou a contratar mais funcionários que não são privilegiados, além de ter grupos de afinidade justamente para aproximar os trabalhadores dentro da corporação. No site da empresa, podemos entender um pouco sobre isso, com alguns dos grupos formados:

Grupos de afinidade:

-Equipe de liderança corporativa feminina (ELCF)

-Funcionários da comunidade LGBTQI+ (GABLE)

-Promove a diversidade para deficientes no local de trabalho com deficiência (PCD)

– Processo seletivo próprio para estudantes negros, além de receberem um ano de curso de inglês e mentoria (P&G Para Você)

É interessante também, notar o diferencial nos comerciais que a P&G traz. Sabemos que outras empresas estão tentando inovar e incluir, principalmente o público jovem e grupos sem tanta visibilidade no mercado.

Talvez você já tenha visto ou ouvido falar sobre o impactante comercial “Fight Like a Girl”, da Always. Ela traz como premissa um estereótipo de fragilidade feminina, exposto e imposto à sociedade. Brilhantemente a Always trouxe jovens meninas desconstruindo tais pensamentos, mostrando que essas afirmações de fraqueza e fragilidade são meras construções sociais, machistas e absurdas, que apenas desorientam e desestimulam meninas e mulheres, implantando ideias e trazendo inverdades para toda uma sociedade. Esse é um exemplo clássico, mas que precisa ser relembrado.

Outras campanhas de conscientização também foram produzidas, como o “The Look”, que mostra o racismo cotidiano vivido do ponto de vista de um homem negro. O  preconceito acompanha o homem durante diversas situações diferentes e o respeito só veio ao final da propaganda, quando ele se mostrou um juiz comandando uma sessão do tribunal. Isso reflete perfeitamente a hipocrisia da sociedade, que em geral só respeita a comunidade negra quando ela se encontra em uma posição de prestígio social. Também há várias campanhas promovendo produtos pouco fabricados, como uma linha especialmente para a definição de cachos (#UnidasPelosCachos, pela Pantene).

A P&G é apenas um exemplo de algumas empresas que praticam a diversidade. Para startups, ou pequenas empresas, isso acaba sendo mais fácil, se compararmos com grandes empresas que já tinham uma cultura, e que agora se inovaram. Mas esse desafio vale a pena, e é uma luta que no final, devolve muito resultado positivo.

Com a inclusão, conseguimos ter um melhor relacionamento entre as pessoas, proporcionando um ambiente mais diverso e  isso acaba refletindo diretamente na personalidade da empresa. Mesmo com bastante progresso em relação a oportunidades e sobre a maneira de pensar, há muito sobre o que melhorar e lutar. E você? Pratica alguma ação de inclusão na empresa que trabalha ou que lidera? Acha que esse é o futuro do mercado de trabalho?

 

Site da P&G: https://br.pg.com/diversidade-e-inclusao/

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