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Fonte: Reprodução Pexels

Bons times se comunicam sem palavras…

O poder da comunidade sempre me encantou. Gosto de me gabar por conseguir ajudar muita gente apenas com meu networking, com minha rede de contatos. O mais interessante é que essa habilidade que temos de juntos, resolvermos questões é algo que nos define como humanos. Sou muito melhor por ter convivido com pessoas tão especiais em minha vida.

Somos seres relacionais. Adoramos o contato, a conversa, o tempo gasto despreocupadamente num fim de tarde no bar, ou numa conversa sem pressa, sem hora para terminar. Sou muito grato por pessoas que investiram em mim. Elas me fizeram ser quem eu sou.

Hoje, quando vejo que o digital nos conecta, mas ao mesmo tempo nos isola, fico pensando nas consequências futuras. Ganhamos muito com a agilidade do mundo virtual, mas perdemos demais sem o contato direto com as pessoas.

Posso parecer antiquado, mas gosto de estar com os amigos na mesma sala, conversando lado a lado. Existe algo que não consigo trazer para o ambiente virtual. Pode ser o som das palavras ditas, pode ser a expressão, pode ser simplesmente a presença. Não sei te explicar, mas convivo com essa contradição.

Nas experiências que tive na vida, todas as vezes em que vivi um tempo concentrado de convívio com um grupo de pessoas, isso nos tornou mais fortes. Aprendi muito com isso, mas aprendi ainda mais sobre o crescimento de um time a partir do tempo junto. Não é uma regra — o convívio gera atrito, e com ele vêm muitos desafios. Alguns times não resistem ao tempo compartilhado. Acontece na música, com bandas que desistem de seguir juntas. O relacionamento é um exercício.

Quando lembro dos melhores times dos quais participei na vida, lembro de qualidades incríveis, mas, acima de tudo, lembro de muito afeto. Gente que se importava comigo, que entendia que eu era importante no processo. A troca, muitas vezes, era silenciosa. Bons times se comunicam sem palavras.

Será que estamos mantendo esse nível de comunicação? Fragmentados e conectados por devices, estamos perdendo muito da sensibilidade, da experiência e da troca. Não sei como te fazer entender, mas, se posso sugerir: invista tempo presencial em alguns dos seus projetos. A diferença na entrega vai te fazer entender.

Não sou contra a agilidade do contato digital, das reuniões virtuais que eliminam o trânsito e as viagens. Mas fico me perguntando como serão as relações e as trocas humanas quando estivermos cada vez mais imersos em relações virtuais.

Vejo pessoas tão acostumadas com a comodidade do virtual que não percebem quanto perdem sem o relacionamento próximo. Muitas vezes, é na fila do restaurante, na volta do almoço até o escritório, que construímos as relações que vão mudar nossas vidas. Construímos amizades com o convívio. Por isso, me preocupa ver tanta gente boa sofrendo em silêncio, afastada daquilo que nos fortalece: a presença do outro.

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