Wicked, filme lançado na semana passada, está em alta. Também, pudera, a adaptação do musical de 2003 da Broadway está no topo do mundo, arrecadando 163 milhões de dólares desde então!
Algo que poucos dos novos fãs não sabem, é que quando o musical estreou na Broadway – apesar de ser o grande favorito – não ganhou o Tony Award de melhor musical naquele ano. Avenida Q, sátira do programa infantil Vila Sésamo, com temática voltada ao público adulto e com muito bom humor, acabou ficando com mais de um prêmio, deixando Wicked apenas com os prêmios de melhor atriz, figurino e cenário.
Na temporada 2003/2004 da Broadway, Wicked tinha a maior bilheteria e muito mais popularidade, tendo sido indicado em 10 categorias do prêmio, incluindo melhor musical, melhor atriz em musical e melhor trilha sonora. Avenida Q corria por fora, mas, com o objetivo de “equilibrar o jogo”, como seus marqueteiros diziam, eles investiram numa estratégia diferente: uma campanha estilo “Oscar”. Com o título de “Vote com seu coração”, centenas de CDs promocionais com uma música gravada apenas para esse propósito foram distribuídos ao júri; anúncios de jornal pedindo apoio do público; e até bottoms mimetizando campanhas políticas.
Foram gastos 300 mil dólares na campanha, valor relativamente elevado para uma produção com orçamento inicial de 3,5 milhões. Em comparação, Wicked custou 14 milhões de dólares e arrecadava 1 milhão de dólares por semana.
Investir numa boa estratégia pode levar seu projeto ou empresa para outros patamares de grandeza. No caso de Wicked, o investimento mal direcionado tirou deles o cobiçado Prêmio Tony de Melhor Musical, a maior honraria no meio.
Wicked segue um sucesso absoluto até hoje, sendo a quarta peça em cartaz há mais tempo na Broadway – se não contarmos a interrupção causada pelo Covid 19. Mesmo estando em cartaz desde sua estreia, em 2003 no Gershwin, o maior teatro do circuito, a produção segue esgotando praticamente todas suas sessões.
“Somos bombardeados com propaganda o tempo todo e quase todos anúncios que parecem iguais ao restante não funcionam. Queríamos que o nosso fosse diferente para que ele funcionasse. Quanto a me darem um pouco do crédito pelos prêmios de Avenida Q nos Tony Awards, o que posso fazer?”– disse Drew Hodges, diretor criativo na SpotCo, agência de publicidade encarregada de Avenida Q na época, em entrevista ao The Guardian.
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