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Ótimo e perigoso serviço prestado ao consumidor!

Prestem atenção no que eu considero um ótimo e ao mesmo tempo perigoso serviço prestado ao consumidor. 

Dia desses, ao passar a pé em frente ao Parque Antártica, estádio do Palmeiras, fui abordado por um cambista.

Era dia de jogo entre Palmeiras x Ponte Preta. Um clássico!!!Meu destino era o shopping que fica ao lado do estádio, mas como o trânsito era infernal, resolvi deixar o carro nas proximidades e ir a pé.

Com minha negativa, o cambista resolveu então abordar outros transeuntes próximos de mim.

Como sou publicitário e por consequência, um estudioso do comportamento humano, resolvi "acompanhar" a abordagem e o discurso do cambista ao seu possível cliente.

Esse, por sua vez, tratava-se de um rapaz aparentando 35 anos com duas crianças.

Questionado quanto ao valor do ingresso e para quais localidades do estádio ele possuía entradas, o cambista disse ter entradas para todos os locais do estádio e que o preço dependia da quantidade que aquele rapaz comprasse.

Depois de algum tempo, consegui compreender que o ingresso que o cliente queria, tinha o valor de R$ 40,00.

O rapaz com as duas crianças, (possivelmente seus filhos), ficou decepcionado com o alto valor cobrado pelo cambista. Parecia declinar, quando o cambista entrou em ação de verdade e resolveu apelar.

O cambista disse que naquele tumulto todo e com a fila da bilheteria um "empurra-empurra só" (palavras do cambista), seria muito perigoso para as crianças. 

MINHA ANÁLISE: Se o CONAR, fosse julgar o tal cambista, certamente chegaria a conclusão que o cambista estava apelando para uma das mais comuns possibilidades de transgressão à ética publicitária: a INSEGURANÇA/MEDO.

O susto pregado deu certo. O cliente (bobo e burro pra caralho!!!) pensou na possibilidade de levar seus filhos ao "empurra-empurra" da bilheteria e então enfiou a mão no bolso em busca de dinheiro.

Enquanto o cliente burro contava as notas e dizia crer que não ter o suficiente para efetuar a compra, o cambista disse que a diferença poderia ser passada no cartão de débito próximo de onde estavam.

Sim, você leu certo o que eu escrevi. O CAMBISTA PASSA VISA ELECTRON!!!!

Você iria com um desconhecido, que tem como profissão CAMBISTA, até um local qualquer passar o cartão?

Pois é, nem eu. Mas digo a vocês, que o cara foi.

Obviamente, meu instinto investigativo ficou por aí. Eu não iria acompanhar a passagem do cartão de débito para ver o desfecho da história.

Mas o melhor ainda estava por vir. Ainda consegui ouvir mais uma promessa ou se preferirem, valor agregado ao produto oferecido.

Enquanto caminhavam sentido…..lugar algum…para passar o cartão de débito, o cambista dava tapinhas nas costas do cliente dizendo que ele também não precisaria pegar fila para entrar no estádio. O CAMBISTA JÁ TINHA UM CARA LÁ NA FILA SEGURANDO LUGAR NA FILA PARA OS CLIENTES DELE.

Que excepcional serviço ao consumidor!!!!  Pena que oferecido por um cambista.

Excepcional sim, mas perigoso. Muito perigoso por sinal.

Se os clubes oferecessem um serviço de qualidade aos torcedores, na compra de ingressos e na entrada aos estádios, certamente cambistas safados como esse, não existiriam e não teriam oportunidade de fazer o que fazem.

Já assiti jogo de futebol na Europa e lá a coisa é muito diferente. O torcedor é respeitado.

Ir à um estádio hoje em dia aqui no Brasil, é um martírio. Você tem que pagar para não te roubarem. Flanelinha, cambista, um absurdo!!!

Enquanto o Estatuto do Torcedor, na prática não entra em vigor, os cambistas fazem o que querem e passam uma falsa idéia de um excelente atendimento ao consumidor.

Muitos caem e correm risco sim, até porque perigoso não deveria ser pegar a fila da bilheteria e sim, comprar ingresso de um cabista.

Nós, pobres torcedores, ou nos submetemos a isso ou então, ficamos em casa e assistimos os jogos de nossos times,  do sofá mesmo.

Boa semana a todos.

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