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Fonte: Unsplash

O poder do hábito: como a disciplina me salvou

Na adolescência, já tinha ficado claro para mim que eu não ia conseguir destaque facilmente. Mas foram justamente as minhas deficiências que me deram uma grande lição: percebi que precisava treinar mais, praticar mais. Descobri a disciplina, e ela transformou a forma como eu via minhas possibilidades.

Entendo que a vida moderna e a tecnologia sempre buscam facilitar nosso dia a dia. Mais recentemente, a inteligência artificial muitas vezes nos leva a crer que tudo está fácil, que basta um “prompt” bem-feito. Mas a realidade, pelo menos neste momento, é que não se conseguem grandes resultados sem dedicação, suor, preparação e esforço.

Quando olho para minha caminhada, vejo uma ordem, uma verdadeira hierarquia das coisas que me fizeram ser quem sou. Meu repertório — o conjunto de ideias que constrói minha visão de mundo — foi formado a partir de referências que consigo identificar, e gosto de organizá-las hierarquicamente.

Primeiro, a leitura me deu minha base de conhecimento. Sou praticamente um marqueteiro autodidata. Fiz cursos formais, mas meu conhecimento veio principalmente dos livros. E isso não aconteceu apenas no marketing.

A seguir, foram os relacionamentos que formaram minha base e referências. De grandes amigos, que pintaram o chão com suas conquistas e lutas, deixando a trilha para eu seguir, a grandes profissionais, que gostaram de mim e me deram o prazer de sua companhia e, principalmente, de seus conselhos.

Depois, coloco minha formação. Tanto a graduação quanto o MBA consolidaram a certeza de que o marketing e a propaganda seriam parte da minha vida. Hoje, são em seminários e cursos livres que amplio minhas capacitações.

Por fim, foi o treino regular que me deu grandes habilidades. E, quando falo de treino, não me refiro à atividade física, mas à disciplina de escrever constantemente. Venho produzindo um artigo por semana há alguns anos. É algo difícil, mas poderoso, pois hoje posso dizer que escrevo mesmo sem inspiração. Adquiri a técnica com disciplina — fruto do treino. Isso também foi essencial para minhas apresentações em público e, sem dúvida, para minha experiência em vendas. Mas poderia dar vários outros exemplos.

Gosto de pensar que tudo pode ser aprendido, que qualquer pessoa pode dominar uma atividade, uma tarefa, um conhecimento. Mas se transformar em um expert no assunto leva tempo e dedicação. Gostaria de te estimular a buscar o domínio em um assunto, em uma área de conhecimento.

Se você me perguntar qual é o meu maior talento, eu digo: sou disciplinado. Dificilmente terei destaque apenas pelo meu talento. O fato é que sempre precisarei me esforçar mais. Foi assim desde o início da minha carreira, e reconhecer isso mudou minha trajetória.

Li esta semana que a formação de hábitos se torna automática a partir da repetição. Uma pesquisa publicada no European Journal of Social Psychology aponta que, em média, levou-se 66 dias para que os participantes solidificassem um hábito. Mas o tempo variou significativamente — alguns formaram hábitos em apenas 18 dias, enquanto outros levaram até 254 dias. É importante destacar que perder um único dia não atrapalhou o processo. Isso reforça a ideia de que autodisciplina não é sobre perfeição, mas sobre persistência.

Gosto de pensar que devemos ser solos férteis e que, para termos um coração e uma mente assim, precisamos ser acolhedores. Tanto na leitura quanto nos relacionamentos, precisamos entender que sempre podemos aprender. Mantenha sua mente e seu coração sempre abertos para novas ideias e novos conceitos. Não rejeito o novo. Percebo que algumas pessoas têm um solo tão duro e sem vida que nada pode florescer.

Adoro conversar com pessoas que pensam totalmente diferente de mim, pois são elas que mais me ajudam a ter clareza nas minhas definições. Algumas das coisas em que acreditamos são apenas conceitos preguiçosos. Muitas vezes, nos acomodamos atrás de velhas ideias porque o novo sempre representa uma revolução.

Gostar do novo é ter uma predisposição ao caos, pois ele muda todas as nossas bases de pensamento. Entendo que isso faz muito bem para nossa mente, para nossa capacidade de buscar a novidade e para mantermos a paixão pelo desconhecido. E isso é um pouco do tom da nossa época.

Fecho com uma dica de livro: O Poder do Hábito, de Charles Duhigg, descreve os hábitos-chave como aqueles que iniciam um processo que, ao longo do tempo, transforma tudo. Se ainda não conhece, recomendo a leitura.

Sucesso na carreira!

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