Após período fechado, MBRTV reabre no Dia Nacional da Televisão, 18/09, e mostrará um acervo único sobre a radiodifusão nacional.
Na quinta-feira, 18 de setembro, a partir das 11h, o MBRTV – Museu Brasileiro de Rádio e Televisão abrirá novamente a visitação para o público.
O local vai expor peças únicas que contam a história da radiodifusão brasileira. A data escolhida é muito simbólica: a dos 75 anos da TV no Brasil quando, em 1950, nasceu a pioneira TV Tupi de São Paulo – a primeira da América do Sul.
A reabertura acontece na nova sede do museu, localizada na Rua Humberto I, 927, na Vila Mariana, em São Paulo. O espaço é o chamado Núcleo Central Belas Artes, em parceria com o Centro Universitário Belas Artes.
As visitas acontecem sempre às terças, quartas e sextas, das 14h às 16h, e também sempre no último sábado de cada mês. O ingresso é R$12,00, com agendamento prévio, evitando superlotação, trabalhando com turmas fechadas.
Sobre o MBRTV
Um dos principais objetivos do MBRTV – Museu Brasileiro de Rádio e Televisão, desde sua criação em 1995, é preservar e registrar a memória da comunicação do Brasil.
O projeto foi impulsionado pela atriz Vida Alves, uma das pioneiras da televisão no país e conhecida por protagonizar o primeiro beijo da TV nacional, no ator Walter Forster, na pioneira novela “Sua Vida Me Pertence”, na TV Tupi (SP), em 1951. Partiu dela, em 1995, reunir os profissionais que começaram a televisão e criaram naquele ano a APITE – Associação dos Pioneiros da Televisão. Com o passar do tempo, centenas de adeptos se juntaram à causa da preservação da memória da televisão, incluindo as emissoras, se transformando em PRÓ-TV, sendo que a sede da entidade ficou até 2017, quando faleceu, dentro de sua casa, no bairro do Sumaré.
Vida Alves até então foi a figura central da organização do projeto do “Museu da TV”. Após uma fase de adaptações e com a crescente pandemia do COVID-19, fechou-se um ciclo para associação. Em 2021, o acervo ficou sob a guarda do mais longevo apoiador da atriz, o radialista e pesquisador Elmo Francfort, responsável pela curadoria do acervo desde 2001. “Tivemos que recomeçar praticamente do zero. A responsabilidade é tamanha, diante do patrimônio cultural aqui reunindo”, ressalta Francfort.
Em 2023, após reunir parceiros para o retorno público do Museu, Elmo Francfort percebeu a importância de focar na essência do acervo: a história da área de radiodifusão como um todo, uma vez que rádio e televisão sempre foram muito próximos, servindo de encontro para tantas áreas como cinema, teatro, dança, circo, artes plásticas e música, por exemplo. Assim, naquele ano a entidade se transformou em MBRTV – Museu Brasileiro de Rádio e Televisão. Conhecido por diversos livros e documentários sobre a memória da radiodifusão, o projeto contou com muito planejamento, conseguindo também a parceria do Centro Universitário de Belas Artes, que cedeu uma de suas unidades para abrigar o acervo originário do Museu, al&eacut e;m de tudo que foi conquistado posteriormente: hoje há quase o triplo do acervo original, contando com mais de 100 mil peças, patrimônios físicos e virtuais. É um grande acervo que abriga equipamentos, figurinos e itens originais utilizados em produções.
Por conta do espaço, o museu agora tem como meta oferecer pequenas exposições rotativas, em sua sede, além de exposições externas. É como o caso da última mostra: “TV ANO 75”, que abriu no início de agosto, durante a SET EXPO, no Distrito Anhembi, realizada numa parceria entre MBRTV e SET – Sociedade de Engenharia de Televisão, sob o patrocínio da ABERT – Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão. Essa mostra agora estará em exposição até 07 de novembro na sede do MBRTV, na Vila Mariana. Acervos complementares que não foram ao Anhembi estarão agora expostos no local, incluindo um espaço próprio sobre a história da ABERT, parceira do MBRTV nas comemorações dos 75 an os da TV no Brasil.
Em paralelo, também acontece outra mostra: “Grandes Momentos da Televisão”, uma parceria entre o MBRTV e a ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações. Dezenas de painéis retratam momentos históricos e pessoas notáveis nestes 75 anos da TV aberta brasileira, lembradas em fotos do rico acervo do MBRTV, que conta até com as imagens da inauguração da TV, em 1950. Essa mostra ficará na sede da Anatel, gratuitamente, de 18 de setembro a 18 de outubro de 2025, no saguão da entidade (Rua Vergueiro, 3073), também no bairro da Vila Mariana.
O acervo único do MBRTV
A apresentação da nova fase do museu se iniciou no evento SET EXPO, com o apoio especial da SET e ABERT. O acervo exibido não apenas mostrou peças originais usadas em transmissões históricas, mas também o grande impacto cultural e a passagem delas conforme as fases da televisão.
Entre as peças, câmeras, televisores antigos, figurinos de novelas, além de peças do acervo original reunido por pioneiros, como a própria Vida Alves. O museu, ao reunir esses elementos, destacou o compromisso de preservar e difundir a memória da comunicação do país aproximando gerações e permitiu que as pessoas pudessem reviver e conhecer experiências. Saiba um pouco:
Televisores – Televisores de diferentes décadas foram expostas no evento. Sendo possível acompanhar de perto a história e a evolução de cada uma delas, além de despertar uma memória afetiva sobre um tempo em que assistir televisão era um evento coletivo e especial dentro das famílias. Há desde um dos primeiros 20 televisores, um General Electric (GE), comprado por Assis Chateaubriand em 1949, como os primeiros portáteis, preto e branco (Erga) e colorido (SEMP Baby).
Câmeras – Foram exibidas câmeras de grandes produções e marcos históricos no cenário nacional. Como a primeira câmera de telejornalismo do Brasil, a câmera da primeira emissora de televisão da América Latina, TV Tupi, e até uma lente que foi a única peça que resistiu ao grande incêndio na TV Cultura, nos anos 1960.
Figurinos – A exposição chamou a atenção dos visitantes ao trazer figurinos originais que marcaram a dramaturgia, como “Sinhá Moça”, Viúva Porcina (“Roque Santeiro”), Chayene (“Cheias de Charme”), “Capitão 7”, Póla Renon (“Sangue do Meu Sangue”), Senhor Reitor ( “Pupilas do Senhor Reitor”), revelando o cuidado das produções em construir personagens que se tornaram memoráveis. Há também uniformes únicos, de todas as emissoras, da TV Tupi a Globo, além de outras peças, como o vestido criado para o primeiro programa regularmente em cores do Brasil, “Vida em Movimento” (TV Gazeta, 1972), utilizado por Vida Alves, fundadora do Museu.
Prêmios e impressos – Alguns prêmios da atriz Vida Alves foram expostos com o intuito de mostrar parte de sua trajetória na dramaturgia, mas além deles também o de muitos outros profissionais, tendo clássicos como o Troféu Imprensa (antes e depois de Silvio Santos assumir o prêmio criado por Plácido Manaia Nunes), Troféu Tupiniquim, Troféu Roquette-Pinto. Há também convites dentro do acervo, como o da inauguração da TV no Brasil, em 1950, e a da TV digital, em 2007.
Objetos de cena e equipamentos históricos – É possível conhecer também itens do acervo do MBRTV que foram utilizados na novela “Garota do Momento”, como o “Alfone” – o microfone de ouro de Alfredo Honório (Eduardo Sterblitch) – que foi originalmente da Rádio Mayrink Veiga – e o microfone do Clube Gente Fina, que foi um dos principais utilizados anteriormente pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, lembrando que o Museu conta com um vasto acervo relacionado ao meio radiofônico. Há o gravador de Lucas Silva e Silva no “Mundo da Lua”, doado ao MBRTV nos anos 2000. É possível também ver de perto o medidor de audiência DIB-6, doado em 2022 pela Kantar Ibope Media, e todo acervo d e peças históricas da Seja Digital, entidade criada para promover o desligamento da TV analógica no Brasil.
Próximos passos
Além das novas exposições, o MBRTV – Museu Brasileiro de Rádio e Televisão abrirá até o final do ano também o seu Centro de Memória e Pesquisa, que conta com roteiros históricos, arquivos de grandes nomes do rádio e da televisão, acervo de vídeos, áudios e discos, e muito mais, que aos poucos a entidade pretende digitalizar e democratizar por meio de acesso público no www.museudatv.com.br. Entre as raridades, as fotos da inauguração da TV no Brasil, em 1950.
Além dos projetos de extensão realizados com as entidades parceiras, como o Centro Universitário Belas Artes, o MBRTV irá cada vez mais expandir no campo da educação e principalmente para se tornar um meio de referência popular para que didaticamente prepare as gerações, dos mais velhos espectadores e profissionais, até os mais jovens, para entender o nova geração de televisão: a TV 3.0, ou DTV+, que mudará hábitos de consumo da própria área, principalmente para o espectador. “É necessário a história para que possamos entender tudo que já vivemos e a televisão, agora conectada, mais interativa e imersiva, seguirá como referência para cultura brasileira”, completa Elmo Francfort, diretor do MBRT V.
Como fazer o agendamento para a visitação
Ao entrar no portal do MBRTV, em Visitação (www.museudatv.com.br/visitacao/ ) preencha os dados necessários. Lá se informa que é necessário escrever para mbrtv@museudatv.com.br informando seu nome, contato, o número de visitantes e possíveis datas disponíveis, com antecedência de uma semana. As visitas são realizadas de terças às quintas-feiras, das 14h às 16h, sempre para turmas fechadas, garantindo maior atenção aos visitantes. Cada participante contribui com um valor de R$ 12,00 (em dinheiro ou PIX) para apoiar os trabalhos do mus eu.
Alunos, docentes e funcionários de instituições parceiras, como o Centro Universitário Belas Artes, têm visita gratuita, mas também precisam realizar agendamento.
Turmas especiais – Para turmas com mais de cinco pessoas ou visitas escolares, solicitamos que envie a solicitação detalhando a demanda, para que possamos organizar a melhor logística.
Serviço
Título: Exposição “TV ANO 75”
Data: Quinta-Feira, 18 de setembro a 07 de novembro de 2025.
Horário: Terças às quintas, 14h-16h. Sábados (o último do mês) 14h-16h.
Local: MBRTV – Rua Humberto I, 927 – Vila Mariana – São Paulo / SP – Núcleo Belas Artes
Preço: R$ 12,00 (dinheiro ou PIX).
(Entrada gratuita para alunos, docentes e funcionários de entidades parceiras)
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