Você é gamer? Pois bem, a pergunta que parece ter uma resposta muitas vezes óbvia para um cidadão (brasileiro, principalmente) é mais do que certeira. Sim, porque embora muitos não se consideram gamer, a aceitação e o engajamento daqueles que respondem a essa pergunta de forma negativa, por exemplo, são mais do que exorbitantes.

Tal assunto foi abordado no primeiro dia do SXSW, nesse dia 07, pelos profissionais Itai Cohen, CSO da Digital Turbine; e Andrew Moffat, CEO e co-founder da Qrious Insight, que abriram o festival trazendo curiosos dados para a plateia presente. Não à toa, Andrew, da Qrious Insight (confira aqui uma entrevista exclusiva para o Creativosbr) afirmou que 67% das pessoas acabam por responder as perguntas de forma diferente do que realmente fazem por não se considerarem “gamers”, seja por questão conceitual ou até mesmo pré-conceitual.

Os dados comprovam

É claro que, para chegarem nessa constatação, os speakers se basearam um estudo realizado nos Estados Unidos, o qual reuniu 15.000 consumidores ao longo de seis meses intensos, garantindo heterogeneidade na amostragem e mais assertividade no diagnóstico.

Ao analisarem e tratarem os dados, perceberam então que os light social media users – termo designado a pessoas que passam menos de 60 minutos nas mídias sociais diariamente – consomem 53% menos anúncios em relação aos heavy users.

Tal conclusão facilitou o entendimento de que, apesar das pessoas passarem 15% do tempo de tela em jogos nos dias de hoje, o investimento neste tipo de mídia é inexpressivo, muito inferior ao que poderia ser para impactar ainda mais pessoas neste ambiente digital.

Os games na publicidade

Na publicidade, os games são peças fundamentais no engajamento da audiência e no cumprimento do papel que a gamificação propõe: interagir e imergir o público de forma a trabalhar a imagem das marcas de forma eficiente, atingindo números satisfatórios para os anunciantes.

Vale ressaltar que os conteúdos são mais eficazes quando se foca num contexto lógico, agindo de forma suave na pausa dos conteúdos e levando detalhes em consideração, promovendo assim uma melhor interatividade, experiência e, por fim, um melhor engajamento.

De acordo com Itan, isto acontece pois “existe um grande gap entre o que as pessoas falam que fazem e o que realmente ocorre”, motivo este pelo qual o profissional defende que a análise de dados de navegação mobile pode ser muito mais precisa neste tipo de descoberta do que pesquisas em campo, por exemplo.

Com esta premissa, os profissionais decidiram, em parceria com a King’s College London, analisar o componente de interatividade de 250 campanhas de 142 marcas, levando em consideração variáveis de interação como deslizamento de tela, pesquisa sobre o produto após ser impactado no ambiente de games ou interação com o anúncio. Para isto, os anúncios analisados necessariamente traziam interações com o usuário de forma personalizada, relacionando a interação com a própria marca de forma gamificada.

Ao todo, 95% das pessoas assistiram por completo criativos veiculados dentro do ambiente de games após serem adaptados para o modo de tela cheia; o viewability da campanha aumentou para 98%, retendo o usuário em tela. O engajamento médio foi de 12% a 17%, números expressivos se compararmos com o engajamento de campanhas publicitárias neste mesmo ambiente que acabam não explorando a interatividade na tela.

Imersão e criatividade como estratégia

Por fim, a palestra só destacou o que o público já imaginava assim que ambos os speakers foram apresentados: quando um profissional de pesquisas se junta a um profissional de tecnologia, não tem como os dados bem analisados não ajudarem para que a inovação flua, e que a estratégia promova, ao público e ao anunciante, uma verdadeira experiência de imersão e, claro, criatividade.

E, claro, a pergunta que fica é: afinal, você é gamer?

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