Gosto de algo bem-feito, gosto de paixão, gosto de pessoas que têm a exata percepção do seu talento. Às vezes elas podem não ser as melhores no que fazem, mas dão o seu melhor, se dedicam e entregam.
Eu gosto de gente que entrega. Me sinto bem entre elas, porque também sou assim. Outro dia um amigo me disse algo que me marcou: “eles pedem para você porque sabem que você vai se dedicar e entregar.”
É gente que pede para ajudar. Gente que não se intimida diante da dificuldade, que quase me empurra para continuar andando. Pessoas que perceberam que a soma traz força, que juntos tudo fica mais fácil.
Gosto de aprender com elas, porque me inspiram.
São pessoas que, ao final de um evento ou de um trabalho, reservam tempo para enviar uma mensagem. Que se lembram de compartilhar um vídeo que só faz sentido para você. São pessoas que cuidam, que têm prazer no serviço.
Tive a sorte de sempre ter alguém cuidando de mim. Às vezes nem sei por que se interessaram, mas me deram muito: conhecimento, experiência e, em grande parte, paixão. Algumas vezes me repreenderam, outras vezes me aconselharam. Suas vozes continuam ressoando dentro de mim, como guias que me mantêm no bom caminho.
Se puder, reconheça essas pessoas na sua vida. Algumas eu ainda consigo agradecer. Outras, infelizmente, não — me faltou maturidade para entender sua importância, e o tempo, a distância ou até a morte nos separou.
Hoje o tempo nos rouba muito do relacionamento. Eu mesmo passo longos períodos só. Por isso criei o hábito de encontros semanais. Nesta semana foram três: duas chamadas de vídeo (não gosto muito, mas funcionam) e um café no fim do dia, com boa conversa fora da correria.
Nunca considero isso tempo perdido, pelo contrário: é um tempo especial. É um investimento. Vocês sabem eu invisto em pessoas. Meus amigos, são referência e inspiração. Eles têm autoridade para falar da minha vida, criticar e aconselhar.
E você, tem pessoas assim na sua vida? Pessoas que têm liberdade para te criticar?
Curioso, mas quanto mais avançamos na carreira, mais solitários ficamos. Sem alguém para nos dizer quando erramos, ou quando nos afastamos do bom caminho, fatalmente nos perderemos.
Tenha pessoas que possam — e devam — te criticar. São elas que transformam nossa vida. Tenho o hábito de, de tempos em tempos, pedir a bons amigos uma avaliação: três coisas em que sou muito bom e três que deveria melhorar. Da última vez pedi a sete amigos, apenas três responderam. Normal. Nem todos se sentem confortáveis em dar feedback deste, mas insista.
Da última vez ganhei presentes valiosos. Um em especial me tocou: um amigo disse que meu problema é estar sempre à frente das empresas em que trabalho. Por olhar tanto para o futuro, para tendências, acabo virando um crítico impaciente. Com o tempo, isso cansa as empresas, porque não tenho paciência para esperar que os outros cheguem aonde já estou.
Foi duro ouvir, mas foi preciso no ponto. Lembrei rápido de empregos que perdi e das vezes em que me perguntei onde as coisas se perderam. Meu bom amigo sabia a resposta.
O convívio, os relacionamentos, criam atrito. Nem sempre é bom, às vezes mágoa, mas muitas vezes gera carinho, afeto e troca. Guimarães Rosa me ensinou a estar distraído: “alegria só em raros momentos de distração.” E geralmente esses momentos vêm quando nos doamos, quando dedicamos tempo às pessoas da nossa vida.
Seu tempo é seu bem mais precioso. Portanto esteja atento, avalie como está usando esse ativo raro. Tenha cuidado com as pessoas que você ama, avalie se eles têm parte no seu tempo semanal.
Se me permite, quero propor duas tarefas para a próxima semana: gaste tempo com um amigo que não vê há muito tempo e mande uma mensagem para alguém que já te inspirou, que já investiu na sua vida. Sucesso na carreira.
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