Resumo do segundo dia de palestras – 11/setembro
Palestra de GUSTAVO BURNIER – Diretor de Operações Digitais da AlmapBBDO
Gustavo levou à 13. Semana de Publicidade da PUC-SP, assuntos referentes à Big Data e Arquitetura de Escolha.
Iniciou sua apresentação, deixando claro que não estava ali para apresentar nenhuma fórmula mágica ou resposta para o sucesso. Afinal, segundo ele, esse tipo de coisa não existe dentro da nossa profissão, a publicidade.
Definiu Big Data como uma pesquisa de campo, ou um estudo, análise, informação. Para o profissional, com as ferramentas atuais, os grupos de "data" se tornaram complexos e difíceis de serem gerenciados.
"Mas afinal, por que vivemos numa sociedade Big Data"?, questionou o palestrante.
E ele mesmo respondeu dizendo que a capacidade de armazenamento a um custo baixo está cada vez maior. Como exemplo, citou os pendrives que hoje estão disponíveis em capacidades maiores de armazenamento de informações à custos bem inferiores se comparados à anos atrás.
E novamente indagou: "Mas afinal, por que estamos falando de Big Data"?
E novamente respondeu:. "Por causa da nossa necessidade de capturar, gerir, tirar insights e apresentar essas informações de maneira relevante e no momento adequado". Segundo o profissional, isso muda a maneira como as pessoas tomam as decisões no dia a dia.
Para pensar Comunicação não é somente analisar os detalhes. É necessário que tudo junto faça sentido. E para exemplificar, contou a "história" do hot dog, onde os elementos do lanche separados, deixam de fazer sentido. Porém, se juntos num hot dog, tornam-se algo gostoso para comer.
Já entrando no segundo tema da noite, Gustavo Burnier opinou dizendo que a Publicidade como indústria não é nada inovadora. Sugeriu que a Publicidade é sim criativa, mas que isso em nada tem a ver com inovação.
Segundo o palestrante, se a Publicidade fosse mesmo inovadora, Facebook, Yahoo, Google teriam sido inventados por publicitários!
E com base nessa sua opinião, provocou os presentes:
"Fiquem amigos dos engenheiros, dos caras da matemática, estatística. Muito provavelmente, iremos trabalhar para eles. Os geeks são os donos das grandes companhias. Hoje, o novo cool não é ser artista, é ser geek"., complementou.
Finalizando a palestra, deixou a seguinte frase de Bill Gates aos presentes: "Seja gentil com os geeks. Um dia você irá trabalhar para eles!"
Palestra de BRUNO TOZZINI – Diretor Geral de Criação da DM9DDB
Tozzini iniciou a palestra apresentando uma pesquisa desenvolvida pela DM9DDB sobre os perfis digigráficos que mostrou como os recursos digitais disponíveis vem moldando o comportamento das pessoas.
Dividiu esse público em 5 frentes que possuem características distintas:
1 – Imersos: parte da sua identidade é definida pela tecnologia. Conaeguiram estabelecer um melho vínculo com o mundo, depois que descobriram a tecnologia.
2 – Ferramentados: recorrem a tecnologia para agilizar suas tarefas diárias, mas não a idolatram, ou seja, viveriam perfeitamente sem ela.
3 – Fascinados: Desejam parecer modernos e tecnológicos, ícones da modernidade. Consomem demais a tecnologia pois se preocupam com sua imagem pública.
4 – Emparelhados: tecnologia é fundamental para que esse grupo coloque em prática, seus projetos de vida. Sem isso, a vida seria complicada. É como se a máquina fosse uma extensão do corpo.
5 – Evoluídos: o universo das máquinas e da tecnologia tornam-se seu habitat. São crianças e adolescentes já adaptadas ao mundo digital. São ainda os que menos sofrem com as constantes mudanças tecnológicas que aparecem a todo momento.
Segundo o palestrante, esse contexto permite que as pessoas se relacionem de outra maneira. Com a evolução das mídias, não se saberá mais o que é internet ou televisão.
Essa divisão deixará de existir em pouco tempo, graças ao on demand, onde você escolhe o que deseja assistir, onde e quando.
O conteúdo faz, cada vez mais, a função da publicidade. Ganha-se a atenção da pessoa em troca de algo, ou seja, atenção em troca de conteúdo. Tozzini ainda falou dos "nômades sociais", que migram de redes sociais a todo momento. Esse tipo de mudança ocorre a todo momento. E a consequência disto, surge a falta de estabilidade da plataforma, que pode até prejudicar anunciantes/agências no aspecto financeiro da coisa.
Quanto à produção de vídeos para internet, disse que não há mais desculpas para vídeos mal produzidos para serem vistos na Internet. Toda produção deve ser "top".
Segundo Tozzini, os desafios atuais das agências são identificar os "ondes" para surfar na hora e na onda certa. As agências devem construir marcas sociais, independente dos meios ou dos formatos utilizados. Ter boas ideias e saberem aplicá-las aos meios que fazem sentido.
Aconselhou aos alunos ali presentes a pensarem em soluções que realmente resolvam os problemas dos clientes e que uma simples FanPage no Facebook não vai resolver esses problemas.
"Social, conteúdo e mobilidade não são inovação. São necessidades! É o job do dia a dia", disse o profissional!
Concluindo a excelente palestra, deixou a seguinte mensagem: "Não vire mais um social media do mercado. Aprenda a construir uma marca. Aprenda tudo".
Palestra de MARCELO BAZÁN – Gerente de Planejamento da F/Nazca S&S
A palestra iniciou com a apresentação da f/radar, que é uma pesquisa muito interessante desenvolvida a pedido da agência e que pode ser considerada a maior pesquisa quantitativa do Brasil. A pesquisa tinha como objetivo apontar algumas questões da relação do consumidor com os meios digitiais e que chegou-se a importantes conclusões, como:
1 – A maioria dos usuários de tablets no Brasil pertence ao sexo masculino;
2 – Uma em cada quatro donas de casa acessam a internet;
3 – A conexão móvel é a segunda principal fonte de acesso a internet;
4 – No Facebook, predominam usuários pertencentes às classes A, B c E, enquanto no Orkut, a predominância é de classes DE.
5 – Para cada comprador de celular, existem 5 compradores de tablets.
Entre outros cases, Bazán apresentou o caso viral "Gangnam Style" para mostrar que existem padrões, muitas vezes simples, mas que funcionam. Neste caso, tratava-se de um vídeo non sense divulgado na internet e que atraia a atenção do público.
Esses padrões não devem ser copiados, mas sim, observados para que se tenha sempre uma noção de como se comunicar com esse público, de uma maneira diferenciada e até barata.
Falou também dos desafios dentro de uma agência, quando se tem um brieffing, mas pouco dinheiro. Segundo o palestrante, bons trabalhos podem sim serem feitos com pouco dinheiro, E os cases apresentados por ele, comprovam isso.
No final, procurou dar algumas dicas aos estudantes ali presentes. "Tente trazer algo diferente para suas peças. Seja curioso e observe os padrões."
Palestra de Wilson Negrini – Diretor de Contas da Loducca
"Trabalho é muito mais que propaganda em si". Foi assim que Wilson Negrini começou sua palestra na noite de Terça-Feira.
Negrini levou a questão de compra de mídia ao auditório. Estabeleceu uma diferença da compra de mídia que é feita aqui no Brasil e comos e faz lá fora, no exterior.
No Brasil, essa compra de mídia é feita dentro das agências de publidade, enquanto no exterior, existem empresas especializadas nesse serviço. São os chamados "bureaus de mídia".
E como complemento a essa diferença, disse que graças a esse formato de compra de mídia no Brasil é que torna-se ainda mais difícil realizar iniciativas grandes e diferentes para os anunciantes.
Negrini apresenou o case da Ikea, onde segundo ele, marketing e produto convergem para uma mesma coisa. "O consumidor não separa mais essas duas experiências.", disse.
Apresentou ainda os cases da Google Glass e da Chipotle Mexican Grill, que reafirmam o que foi defendido por ele.
Foi interessante quando citou o caso da Red Bull, em que não são criados slogans racionais como: "Compre Red Bull" ou "Beba Red Bull". Apela-se para o emocional da pessoa, enfatizando a ideia de que falamos a todo momento com pessoas e não com robôs.
Por fim, Negrini falou um pouco do estilo da agência Loducca, onde todos os funcionários, inclusive o Atendimento, pode ser percebido como criativo. Citou a frase de Celso Loducca: "Todo mundo é parte do processo criativo da agência", que torna o ambiente muito mais propício às boas ideias e soluções.
Negrini concluiu sua palestra ainda tratando da importância do Atendimento no processo criativo: "Atendimento não é o cliente dentro da agência, e sim, a agência dentro do cliente".
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